Algo de muito estranho está ocorrendo com a Justiça brasileira. Sempre foi cega. Mas que alfato! Ao farejar num processo a presença de advogados como Márcio Thomaz Bastos, de grande nomeada, cuidava logo de retirar da cartola um habeas corpus. Com Carlinhos Cachoeira, a mágica não funcionou.
Preso em 29 de fevereiro, o pós-bicheiro tornou-se vistosa exceção. A despeito dos milhões amealhados à margem da lei, encontra-se atrás das grades há impressionantes cinco meses e dois dias. Só em honorários, estima-se que pagou à banca de Thomaz Bastos R$ 15 milhões. E nada de abracadabra.
Impaciente, Andressa Mendonça recorreu ao método tradicional. Em visita ao juiz da Monte Carlo, a musa da contravenção ameaçou-o com um dossiê. Ou mandava Cachoeira ao meio-fio ou a peça iria às páginas de Veja. Deu chabu. O juiz gritou truco e a lindinha virou alvo de inquérito. Para não ir em cana, pagou fiança de R$ 100 mil.
De repente, constatada a ineficácia de sua varinha mágica, Thomaz Bastos bateu em retirada. Desistiu de defender o indefensável. Nada a ver com o gesto tresloucado de Andressa, informa o escritório. “Nosso acordo era defendê-lo até a audiência da semana passada”, diz a doutora Dora Cavalcanti, da equipe do ex-ministro da Justiça de Lula.
Insista-se: algo de estranho está ocorrendo com a Justiça brasileira. Continua cega. Dificíl saber se perdeu completamente o olfato. Mas no caso de Cachoeira parece que mandou afiar a espada e regular a balança.
Fonte:UOL
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