terça-feira, 14 de maio de 2013

MP quer todas as imagens de ações policiais que resultaram em mortes


Após pedir uma nova investigação sobre as mortes na operação da Favela do Rola, realizada em agosto de 2012, agora o Ministério Público quer todas as imagens já gravadas de operações policiais que terminaram em morte. O MP também quer imagens das operações em que disparos tenham sido efetuados por tripulantes de aeronaves da polícia. Em nota, o MP afirma que enviou o pedido à Chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, com um prazo máximo de dez dias para a entrega do material.
A pedido do Ministério Público, o inquérito aberto pela 36ª DP (Santa Cruz), que apura as mortes na operação realizada pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) na favela do Rola será conduzido pela Corregedoria Geral da Polícia Civil. O pedido de promoção do inquérito foi realizado na segunda-feira pela 2ª Promotoria de Justiça junto à 1ª Vara Criminal de Santa Cruz., após a divulgação de um vídeo pelo jornal Extra que mostra policiais civis arrastando os corpos de dois dos cinco suspeitos mortos na operação. Foi estipulado um prazo de 30 dias para o cumprimento das medidas.

O inquérito foi encaminhado para o MP na manhã da segunda-feira, depois de expirado o prazo de 120 dias para a conclusão das investigações. Após análise dos autos, o promotor de Justiça Luiz Antonio Corrêa Ayres requisitou à corregedoria que realize novas investigações para complementar informações ausentes no inquérito. O inquérito foi devolvido na manhã desta terça-feira para a Polícia Civil.
Polícia Civil terá normas para gravação de operações
A chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, determinou na segunda-feira que a Corregedoria Interna da corporação (Coinpol) crie, num prazo de 30 dias, um protocolo de coleta, armazenamento e análise das imagens captadas pelo helicóptero usado pelos policiais durante operações. Além disso, uma inspeção extraordinária será feita no Serviço Aéreo Policial (Saer) para saber os detalhes de gravações feitas pelo helicóptero em agosto do ano passado na Favela do Rola, na Zona Oeste, para prender o traficante Diogo de Souza Feitoza, o DG, que havia sido resgatado por comparsas da 25ª DP (Rocha).
Para apurar os fatos, também foi criada uma comissão formada pela subchefia operacional da Polícia Civil, pela corregedoria interna da corporação, pela divisão de polícia técnica, por uma assessoria jurídica e pela divisão de técnica e de informática da instituição. As medidas foram tomadas após o vazamento não só deste vídeo, mas também de outro, feito durante a operação que terminou com a morte do traficante José Sabino Pereira, o Matemático, exibido pelo “Fantástico”, da TV Globo. Em ambos aparecem policiais cometendo excessos.
Também na segunda-feira, a ministra Maria do Rosário Nunes, da Secretaria de Direitos Humanos, cobrou do governador Sérgio Cabral providências para a apuração, o esclarecimento e a responsabilização dos envolvidos no caso. Após analisar as imagens, a ministra decidiu oferecer oficialmente ajuda ao estado do Rio para que sejam abolidos os registros de ocorrência de mortes em confronto policial.
De acordo com informações da polícia, dos cinco mortos na operação da Favela do Rola, apenas três tinham antecedentes criminais. Douglas Vinícius da Silva, de 22 anos, e Silas Rosa Guimarães, de 26 anos, não possuíam anotações.

O globo

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