Ex-presidente foi considerado culpado por incitar desordem e mortes no país
Ex-presidente da Tunísia já acumulou na justiça civil condenações por 66 anos de prisão (Jacky Naegelen/Reuters)
Um tribunal militar tunisiano condenou nesta quarta-feira à revelia o ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali a 20 anos de prisão por "incitação à desordem, assassinatos e saques em território tunisiano". O tribunal anunciou o veredicto com base no assassinato de quatro jovens na cidade de Uardanin (sul) em janeiro de 2011.
A justiça também determinou o pagamento de indenizações às famílias das vítimas de entre 150.000 e 300.000 dinares (75.000 e 100.000 euros). Quinze membros das forças de segurança também foram julgados e condenados a penas de entre cinco e 10 anos. Alguns deles estão foragidos.
Caso - Na madrugada de 15 para 16 de janeiro, depois da fuga de Ben Ali para a Arábia Saudita, onde ele está refugiado, quatro manifestantes morreram quando tentavam impedir que a fuga do sobrinho do presidente, Kais Ben Ali. As famílias das vítimas acusam os agentes das forças de segurança de terem ordenado os tiros contra os manifestantes. Os dias posteriores à fuga de Ben Ali foram marcados pelo caos e a violência. Kais Ben Ali, que comandava de Msaken, uma cidade da região de origem do ex-presidente, foi detido em 14 de março.
Nos próximos dias, um tribunal militar de Kef (oeste da Tunísia) deve anunciar o veredicto do caso dos "mártires de Thala e Kaserin". A promotoria pediu a pena de morte para Ben Ali, acusado de cumplicidade de homicídios pelas mortes de 22 manifestantes em janeiro de 2011. Ben Ali já acumulou na justiça civil condenações por 66 anos de prisão. Ele é objeto, ao lado da esposa Leila Trabelsi, de uma ordem de prisão internacional, mas a Arábia Saudita não respondeu os pedidos de extradição tunisianos.
Fonte:Veja
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