quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cerco aos violentos na Copa. E por que não no dia a dia?


Diário Oficial da União publicou nesta quinta-feira plano estratégico para garantir segurança aos torcedores e aos turistas durante o Mundial de 2014. O projeto é minucioso, inclui a participação de todas as forças policiais e militares do Brasil, além da colaboração com Interpol e serviços de inteligência de outros países. Provavelmente com atenção especial para aqueles que tiverem seleções classificadas para a competição.
A atenção será voltada para grupos criminosos internacionais, terroristas, larápios de toda especialidade, exploradores de prostituição, contrabandistas, falsificadores. Enfim, o pessoal que (quase) sempre aparece em grandes manifestações esportivas ou culturais. Em especial, haverá controle de torcedores violentos, aquela rapaziada que só arruma confusão.
E aí entram fatos curiosos. As autoridades prometem fazer levantamento minucioso de hooligans, e para tanto conta com o apoio dos colegas de fora. Por aqui, se comprometem a ter sob total controle os elementos mais manjados das torcidas organizadas. A promessa é a de ter ficha completa, com currículo, folha corrida, pensamentos, palavras e obras. Não haverá moleza para esse pessoal nos 30 dias da Copa. Muito bem, parabéns.
Mas, espera aí: se isso será feito para a Copa, por que não ocorre no nosso dia a dia? Se polícias de outros países têm esse levantamento, por que a nossa não tem? Ou, se tem, por que esses sujeitos continuam a espalhar terror por toda parte? Por que estão soltos?
Mostrar zelo pelos gringos é louvável, os anfitriões não podem dar vexame. Tenho certeza de que o máximo que acontecerá por aqui serão aqueles delitos costumeiros, do batedor de carteira, do cara que tentará passar a perna no estrangeiro no preço de alguma coisa, do traficante miúdo. Isso sempre tem e foge até a pente fino.
Mas, de volta à interrogação inicial: por que só em Copa? Não temos direito de ver os violentos fora de circulação nos nossos coloquiais campeonatinhos domésticos do dia a dia?

Fonte:Estadão

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