segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

#Entomologia Forense: Introdução Entomologia Básica

Nos dois primeiros trabalhos foi dada uma breve introdução da entomologia forense.
Mas para estudar como ela funciona precisamos estudar os insetos em geral, saber como eles funcionam para entender como eles participam do Intervalo Pós Morte.

Entomologia Geral

Os insetos em geral estão agrupados no Reino Arthopoda.
Este filo reúne organismos que possuem corpos compostos ( vários segmentos) e coberto por uma camada rígida chamada e exoesqueleto que permite grande mobilidade ao inseto.





Na foto o gafanhoto sai do seu exoesqueleto.

A cabeça consiste em seis segmentos ( divisões) que juntos formam a estrutura especializada na alimentação, percepção sensorial e integração neurológica. No crânio encontramos olhos, antenas e cavidade oral.




O tórax é a parte locomotora onde encontra -se as pernas, as asas, quando presentes. Constitui de três partes: protórax, mesotórax, metatórax, cada um com um par de pernas. As asas surgem do mesotórax e metatórax.

O protórax une o tórax a cabeça.

Mesotórax  fica entre o protórax e o metatórax.

Metatórax se liga ao abdome.






As asas são expansões muito finas e móveis, quando presentes pode variar de um a dois pares. Podem ser claras ou pigmentadas, possuem veias e nervos.






 

O abdome é a terceira região do corpo dos insetos com ausência dos apêndices locomotores, estes apêndices são chamados de urômeros e possui três tipos de segmentos:

a) Viscerais: Urômeros de  I a VII (fêmeas) e I - VIII ( machos).

b) Genitais: IX (fêmeas) e VIII - IX ( machos).

c) Pós Genitais:  X e XI.





 

Referência Bibliográfica.

  • Oliveira-Costa, J. et al. Entomologia forense: quando os insetos são vestígios. 3 ed.Campinas: Millenium. 2011. 502 p.
  • . Oliveira-Costa, J. et al. Insetos Peritos: A entomologia Forense no Brasil . 1 ed.Campinas: Millenium. 2013. 488 p.

Renata Ribeiro Stamato
Bióloga em formação (2015) pelo Centro Universitário Barão de Mauá
Atualmente trabalhando no IPEBJ em Ribeirão Preto.
Coordenadora do Laboratório de Entomologia Forense do IPEBJ de Ribeirão Preto.
Professora de Biologia no Estado nos anos de 2012,2013,2014


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

#Entomologia Forense: A entomologia forense e suas áreas





A Entomologia Forense é uma ciência que aplica o estudo dos insetos a procedimentos legais. Pode ser dividida em três categorias que, freqüentemente, são alvos de processos litigiosos. A primeira categoria inclui a entomologia forense urbana, que aborda os problemas causados por insetos que destroem imóveis (normalmente moscas e cupins). A segunda categoria refere-se à entomologia forense de produtos de estocagem, como alimentos armazenados com o objetivo de posterior distribuição para consumo e outros. A terceira categoria é representada pela entomologia médico legal ou médico criminal, que envolve o uso de artrópodes, em geral, na solução de crimes. Na questão legal, sua aplicação pode ser na área de entorpecentes, assassinatos, suicídios e mortes violentas de pessoas, como também, do gado e espécies protegidas.


Segundo Keh, os insetos ligados aos cadáveres em decomposição são classificados em:

(a) insetos necrófagos, são aqueles que colonizam a carcaça e seus imaturos ou adultos se alimentam de tecidos animais em decomposição. É o grupo de maior importância para a Entomologia Forense e está representado pelas moscas e besouros;

(b) insetos onívoros, se alimentam de corpos em decomposição (carcaças) e da fauna associada. São formigas e vespas;

(c) insetos parasitas e predadores, os parasitas são aqueles que se utilizam da entomofauna cadavérica como fonte de recursos para o seu próprio desenvolvimento, enquanto os predadores se alimentam das larvas de outros insetos e também dos adultos. Nesse grupo encontram-se os Himenópteros, Coleópteros, Dípteros Muscóides (moscas) e Dermápteros (tesourinhas). Existe ainda, um quarto grupo de organismos que encontra o cadáver ao acaso, constitui-se de visitantes acidentais e são representados pelasaranhas, centopéias e ácaros.

Uma sucessão de insetos, conhecida como “onda seqüencial de colonização”, pode ocorrer em um cadáver, após sua morte, de maneira semelhante quando ele é de porco, coelho ou humano. Por ser previsível, este fato pode ser usado em medicina legal como um método faunístico para determinar o tempo decorrido desde a morte e, inclusive, as condições ambientais predominantes durante esse acontecimento.

As fases de decomposição de um cadáver (estágio fresco, inchamento, decomposição ativa e esqueletização) atraem diferentes tipos de insetos8. Um cadáver fresco é colonizado primeiramente, por moscas (Diptera:Calliphoridae) e moscas domésticas (Muscidae) que chegam em algumas horas e fazem posturas de ovos ou larvas vivas (Calliphoridae pode ser ovípara e vivípara) em aberturas naturais (nariz, boca, ouvido e ânus). A segunda onda é de sarcofagídeos (Diptera: Sarcophagidae) que chegam à medida que o cadáver desenvolve odores. O desenvolvimento dessas larvas em maduras, que deixam o cadáver para empuparem longe do local onde se alimentaram é dependente da temperatura. Com base nesse conhecimento estima-se o tempo pós-morte do cadáver. À medida que o cadáver envelhece, surgem larvas e adultos de coleópteros e outros dípteros.

Renata Ribeiro Stamato
Bióloga em formação (2015) pelo Centro Universitário Barão de Mauá
Atualmente trabalhando no IPEBJ em Ribeirão Preto.
Coordenadora do Laboratório de Entomologia Forense do IPEBJ de Ribeirão Preto.
Professora de Biologia no Estado nos anos de 2012,2013,2014

Colaboradora: Ariadne Costa




segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

#Entomologia Forense: Introdução a Entomologia Forense e Histórico da Entomologia Forense




Entomologia é o ramo da ciência que estuda os insetos enquadrados no grupo dos Arthropoda, na Classe Insecta. Pesquisas feitas por entomólogos abordam várias áreas da Biologia, como evolução, ecologia, comportamento, anatomia, fisiologia, bioquímica e genética.A Entomologia Forense fundamenta-se no estudo dos insetos e outros artrópodes ligados a processos criminais. Neste caso os insetos servem como indicativo nas investigações de crimes violentos e auxiliam na determinação da causa, do local e do intervalo da morte(IPM), pois representam a fauna cadavérica composta por larvas e adultos em seus diferentes estágios de desenvolvimento. E, nessa parceria, os insetos são os aliados da lei. A associação é vantajosa, pois os insetos oferecem facilidade em seu estudo no laboratório, pelo tempo curto para o surgimento de novas gerações e o nascimento de grande quantidade de descendentes em cada postura. Pode-se contar ainda, com o fato de sua manipulação experimental ter uma pequena preocupação ética.
A literatura é carente de estudos sobre insetos que compõe a fauna em cadáveres no estado de São Paulo. Tendo em vista esse fato, esse trabalho propôs realizar um estudo entomológico prático dos insetos que colonizam um corpo em decomposição quando abandonado no ambiente.Para tanto foram verificadas as espécies de Calliphoridae que são os primeiros a habitar o corpo e logo após a decomposição encontra-se os coleópteros que participam do estágio final.
Este trabalho poderá elucidar a composição da fauna cadavérica em uma região rural do Estado de São Paulo, em condições ambientais definidas como temperatura e umidade, constituindo-se assim em uma descrição de mumificação da cabeça do animal, com apenas quatorze dias de experimento, mostrando que temperatura e umidade influenciam no resultado da estimativa pós-morte.


Histórico da Entomologia Forense

O primeiro relato do envolvimento de insetos em morte, com esta abordagem ocorreu no final do século XIII quando SungTz’u, um advogado chinês, escreveu um livro com ensinamentos de como examinar um cadáver e determinar sua causa mortis. Ele relatou um homicídio realizado com um objeto cortante (uma foice) que só foi encontrado pelos investigadores porque moscas sobrevoavam-no, possivelmente atraídas pelos odores exalados pelos restos de líquidos orgânicos aderidos em sua superfície e imperceptíveis a olho nu.
Hermann Reinhard, médico alemão, na década de 1880 exumou cadáveres e mostrou o desenvolvimento de várias espécies de insetos em corpos enterrados; deste modo, coletou várias moscas Phoridae.Já Bergeret d’Arbois, na mesma década, foi o primeiro a estimar o intervalo pós-morte de um indivíduo.Em 1887, Jean Pierre Mégnin publicou os dois livros mais importantes da história da entomologia forense, Faune dês Tombeauxe La Faune dês Cadevres, nos quais descreveu a fauna e a flora da putrefação.
Estudos dessa natureza tiveram início no Brasil, em 1908, com os primeiros trabalhos desenvolvidos por Edgard Roquette Pinto (RJ) e Oscar Freire (BA). Baseados em estudos de casos em humanos e animais, eles registraram a diversidade da fauna de insetos necrófagos nas regiões da Mata Atlântica (primeira coleção de insetos necrófagos), de forma sistemática e por intermédio de métodos adequados às condições locais do Brasil.
Entre 1911 e 1941, Herman Luderwaldt, Samuel Pessoa e Frederico Lane descreveram os besouros escarabeídeos necrófagos do estado de São Paulo e Belfort de Mattos, em 1919, publicou um trabalho sobre os sarcofagídeos de São Paulo.A partir daí, diversos trabalhos sobre entomologia forense foram publicados,no entanto, sua consolidação no Brasil ainda depende da interação dos trabalhos acadêmicos coma polícia judiciária.

Referências
Gullan PJ, Cranston PS. Os insetos, um resumo de entomologia. 3 ed. SãoPaulo: Roca. 2008. 440p.
Pujol-Luz JR, Arantes LC, Constantino R. Cem anos da Entomologia Forense no Brasil (1908-2008). Revista Brasileira de Entomologia. 2008;52(4): 485-92.
Oliveira-Costa, J. et al. Entomologia forense: quando os insetos são vestígios. 3 ed.Campinas: Millenium. 2011. 502 p.
Tz’u S, McKnight BE.The Washing Away of Wrongs: Forensic Medicine in Thirteenth-Century China. Science, medicine, and technology in East Asia, v. 1. Ann Arbor: Center for Chinese Studies, University of Michigan. 1981. 181 p.
Greenberg B, Kunich JC. Entomology and the Law: Flies as forensic indicators. Cambridge: Cambridge University Press. 2002.356 p.
Byrd JH,Castner JL. Forensic entomology: the utility of arthropods in legal investigations. Boca Raton: CRC Press. 2001.437p.
Keh B. Scope and Applications of ForensicEntomology. Annual Review of Entomology. 1985; 30:137-54.
Turner BD. Forensic entomology. Forensic Science Progress. 1991;5:129-52.



Renata Ribeiro Stamato
Bióloga em formação (2015) pelo Centro Universitário Barão de Mauá
Atualmente trabalhando no IPEBJ em Ribeirão Preto.
Coordenadora do Laboratório de Entomologia Forense do IPEBJ de Ribeirão Preto.
Professora de Biologia no Estado nos anos de 2012,2013,2014

Colaboradora: Ariadne Costa