segunda-feira, 23 de abril de 2012

PB: polícia ouve mais de 10 pessoas em apuração sobre canibalismo

Mais de dez pessoas já foram ouvidas pela delegacia de Conde (PB) em investigação sobre a atuação de um trio suspeito de canibalismo na cidade entre 2008 e 2009, segundo informou ao Terra o delegado Elias Rodrigues nesta segunda-feira. Jorge Beltrão, Isabel Cristina e Bruna Cristina de Oliveira foram apresentados no dia 11 de abril pela polícia de Garanhuns (PE), onde os restos mortais de duas vítimas foram encontrados enterrados na casa onde os três moravam. Eles confessaram a autoria desses dois assassinatos.



A principal pista de que houve crimes em Conde está nos relatos do livro escrito por Jorge Beltrão. "Ouvimos entre 10 e 12 pessoas que foram vizinhas dos três suspeitos", disse o delegado, que foi hoje ao Recife coletar cópias de interrogatórios feitos pela Delegacia de Homicídios da capital pernambucana. "Vamos utilizar essas informações para a investigação na Paraíba. A minha responsabilidade são os eventuais crimes cometidos na Paraíba", esclareceu. Os corpos das vítimas teriam sido comidos em "rituais de purificação da alma" e aproveitados na produção de empadas para a venda.
Em Conde, os suspeitos teriam morado em duas casas, que já foram identificadas e passarão por perícia nesta semana. Os agentes devem escavar os terrenos e contar com o auxílio de cães farejadores. De acordo com os relatos de Jorge, pelo menos uma mulher teria sido morta na cidade.
A Polícia Civil de Pernambuco informou no sábado ter encontrado ossos de outra possível vítima do trio. Os fragmentos foram achados em uma casa em Olinda, onde os suspeitos moravam antes de se mudarem para o interior.
O Departamento de Homicídios pediu apoio a peritos da Polícia Científica para retirada de ossos. De acordo com depoimento dos investigados e com as informações obtidas no livro Revelações de um esquizofrênico, os restos mortais podem ser de Jéssica Camila Pereira, possivelmente a primeira vítima do trio.
As informações do livro, impresso de forma doméstica, dizem que o corpo da mulher, desaparecida em 2008, foi submetido a um ritual de esquartejamento e canibalismo característico dos crimes que teriam sido cometidos pelos três. A polícia calcula que eles tenham matado sete pessoas.
A filha de Jéssica, hoje com 5 anos, foi criada pelos suspeitos após o sumiço. Eles tiraram duas certidões de nascimento da criança e, em cada uma, são declarados pais diferentes. A menina foi quem apontou para o delegado de Garanhuns, Wesley Fernandes, onde estava enterrada Giselly Helena da Silva, uma das duas vítimas cujos corpos foram encontrados no quintal. A criança teria presenciado cenas de esquartejamento por parte de Jorge, que ela acreditava ser seu pai.

Fonte: Terra

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