terça-feira, 3 de abril de 2012

Sósia de estuprador, homem quer provar que é inocente

Paulo da Silva foi condenado a 16 anos por crimes ocorridos no mesmo bairro




O ex-porteiro Paulo Antônio da Silva, 51, pode estar perto de solucionar um drama que lhe rendeu 16 anos de condenação por um crime que ele alega não ter cometido. O homem foi acusado de estuprar três adolescentes em 1997, no bairro Cidade Nova, na região Noroeste de Belo Horizonte. Ele argumenta ter sido confundido com o ex-bancário Pedro Meyer Ferreira Guimarães, 56, preso na semana passada após ser reconhecido por uma jovem de 26 anos - ela foi agredida em uma escada de incêndio de um prédio também no bairro Cidade Nova, há 15 anos.

A possível confusão causada entre o ex-bancário e o ex-porteiro pode ser resolvida no próximo dia 4 de maio. Na data, acontecerá uma audiência em que o advogado de Santos vai pedir a revisão do processo de seu cliente. "A audiência era para pedir minha liberdade condicional, mas eu quero é a inocência agora que ele foi preso", disse Santos. A defesa do ex-porteiro vai usar a confissão de Meyer à polícia para pedir a revisão do processo.

O ex-porteiro tem a mesma descrição física do suspeito preso recentemente e, atualmente, vive em regime de liberdade domiciliar, após cumprir cinco anos e sete meses da pena em regime fechado. Ele precisa comparecer ao Fórum para audiências realizadas a cada 60 dias. "Isso virou um transtorno na minha vida, cumpri pena e ainda sou considerado um criminoso, sendo que não fiz nada", disse.

Em depoimento à Polícia Civil, Pedro Meyer confessou dois abusos cometidos em 1997. Apesar disso, o advogado de defesa dele, Fausto Câmara, chegou a alegar que o homem era inocente e sofria de problemas psicológicos, tendo feito uma confissão equivocada. Com o surgimento do caso do ex-porteiro, o advogado não garantiu se continua no caso.

Depoimentos. A Polícia Civil vai começar a ouvir, nesta semana, outras 13 mulheres que denunciaram o ex-bancário Pedro Meyer por estupro. A delegada Margareth Rocha, da Delegacia de Mulheres, vai pedir exames de DNA do suspeito e analisar amostras de corpo de delito feitas por algumas vítimas na época dos crimes. A expectativa da delegada é comparar o material genético dos envolvidos e confirmar os abusos sexuais para pedir a prisão preventiva do suspeito, que está preso por um mandado de prisão temporária (cinco dias, prorrogáveis por mais cinco) no Ceresp São Cristóvão.Crianças e jovens
Perfil. As vítimas que reconheceram Pedro Meyer como estuprador têm, hoje, idades entre 25 e 35 anos, o que leva a polícia a acreditar que o homem tinha preferência em atacar, na época, crianças e jovens.
Fonte: Jornal o Tempo

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