terça-feira, 29 de maio de 2012

Moradores afirmam que bailes atraem tráfico e a prostituição.


Diante da falta de opções de lazer – não se veem casas noturnas nas áreas periféricas de São Paulo – a balada nos rincões da cidade se resume aos pancadões, assunto mais discutido em reuniões de conselhos de segurança nesses locais.
Moradores denunciam o uso excessivo de drogas e álcool, prostituição, e claro, muito barulho. Levantamento feito pela reportagem com 20 lideranças comunitárias de periferia na semana passada mostra que em todas há bailes funk.
Eles acontecem sempre em praças, avenida, ruas ou vielas escondidas. Ônibus e carros se deparam com a passagem obstruída nas madrugadas de sábado e domingo.
“Ninguém consegue dormir. Aos domingos, não se anda aqui no bairro, os ônibus não conseguem passar”, disse uma líder comunitária da região de Perus, que pediu anonimato por ter medo de represálias. “Tem tráfico aqui, você sabe”, disse.
No Jardim Helena, os bailes costumam tomar as avenida Kumaki Aoki e Doutor Artur da Nova. “Consigo dormir porque uso protetor de orelha. Eles ocupam a rua toda. E rola de tudo. Tem menina que fica quase pelada”, disse o balconista Roberto Silva, 43.
Ali, a PM esteve algumas vezes para dar fim ao baile. “Jogaram gás de pimenta e teve confusão. Mas aí o baile muda de endereço e começa de novo”, afirmou Silva.
A prefeitura disse que realizou junto com a PM 14 operações para coibir os bailes na cidade neste ano nas regiões oeste (Butantã), sul (Ipiranga, Campo Limpo, Capela do Socorro e M’Boi Mirim), leste (Cidade Tiradentes e Itaquera) e norte (Freguesia do Ó e Perus).
“As operações não são contra os bailes ou o próprio funk, e sim contra os problemas que acompanham o evento, como o consumo de bebida e drogas, perturbação do sossego, comércio irregular e funcionamento de estabelecimento sem alvará”, diz.
Segundo o porta-voz da PM, major Marcel Soffner, a PM continuará fazendo ações planejadas. “Temos que impedir os ilícitos que acompanham os pancadões, como o tráfico de drogas”, disse.
Fonte: Folha de São Paulo.

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