Nesta segunda-feira (18), o promotor José Carlos Cosenzo, do 5º Tribunal do Júri da capital, analisa o inquérito policial e deverá apresentar denúncia contra Elize no máximo até quarta-feira (20).
Após a denúncia à Justiça, o caso passará para as mãos do juiz Adilson Paukoski, do 5º Tribunal do Júri, na Barra Funda, que poderá pedir a prorrogação da prisão preventiva de Elize, que termina na próxima quinta-feira (21), para que ela aguarde o julgamento presa.
Caso o Ministério Público peça mais diligências, depende de o juiz autorizar que novos depoimentos sejam colhidos.
Elize deverá responder por homicídio doloso triplamente qualificado, incluindo motivo torpe (vingança), impossibilidade de defesa da vítima e meio cruel. As qualificadoras podem agravar a pena da acusada, que também responderá por ocultação de cadáver.
Matsunaga foi morto em 19 de maio, no apartamento onde vivia com Elize e a filha de um ano, na Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo.
Contradições
Os resultados dos laudos da perícia contradizem em ao menos dois pontos o depoimento dado por Elize à polícia. Segundo a versão sobre o crime, a acusada afirmou que atirou em Matsunaga com uma pistola 380 quando ele estava em pé após terem uma discussão sobre a traição do marido com uma prostituta. Matsunaga teria dado um tapa no rosto de Elize e feito xingamentos.
Segundo o laudo necroscópico, porém, a trajetória da bala indica que o disparo foi feito de cima para baixo, do “tipo encostado", ou seja, à queima roupa. Para a perícia, o mais provável é que Elize estivesse em pé e Marcos, sentado ou deitado. Isso poderia minar a alegação da defesa de Elize de que ela agiu sob forte emoção e indicar premeditação.
Em depoimento, a acusada afirmou ainda que arrastou o corpo para outro cômodo da casa e, somente após dez horas, teria esquartejado o marido.
No entanto, o laudo apontou que a causa da morte foi "choque traumático (traumatismo craniano) associado à asfixia respiratória por sangue aspirado devido à decapitação", o que indica que Matsunaga foi decapitado quando ainda respirava, por isso que havia sangue em seus pulmões.
A reportagem tentou localizar nesta segunda-feira o advogado de Elize, Luciano Santoro, e o advogado da família de Matsunaga, Luiz Flávio D´Urso, mas sem sucesso.
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