Em parceria com o Datafolha e o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais, uma pesquisa do Ministério da Justiça nas 27 capitais confirma como os brasileiros mudaram seus hábitos para lidar com a criminalidade. A julgar pelas respostas, Manaus e Belém apresentam situação mais grave. Em cinco questões, Manaus e Belém estão no topo da lista, de modo negativo. Os habitantes de Manaus (83,9%) evitam sair à noite ou chegar muito tarde em casa. Em Belém, o índice chegou a 82,3%. Neste quesito, o Rio ficou em 22º lugar, com 62,3%. Em cada dez, seis cariocas evitam sair à noite ou chegar tarde em casa por causa da criminalidade. A pesquisa foi publicada pela revista "Veja" desta semana, cuja capa fala do trauma sofrido pelas vítimas da violência criminal no Brasil.
A foto da capa da revista é a da modelo capixaba Beatriz Furtado, que em dezembro de 2006 estava no ônibus que foi incendiado por bandidos na Avenida Brasiil. Nove passageiros morreram. O ataque ocorreu justamente na mudança de governo estadual. No último ano de 2006, Beltrame virou a noite na secretaria, antes mesmo de assumir o cargo, no ano seguinte. A vítima relembra a tragédia:
-- Fiquei um ano sem sair de caza, tinha pesadelos constantes e chegava a urina na cama. Fui ao inferno e voltei.
Na pergunta se deixam de ir a alguns locais da cidade por causa da criminalidade, a situação do Rio piora em três níveis -- 55,7% dos cariocas se enquadram nessa questão. Ou seja: metade dos cariocas deixam de ir a alguns locais da cidade. A política de pacificação na verdade não atinge a maioria das favelas, por exemplo. Belém fica no topo da lista, com 74,9%. A capital do Pará também está em primeiro lugar, com 70,5%, na pergunta se seus habitantes deixam de ir a certos bancos e caixas eletrônicos por causa do crime. Nesse ponto, diminui o percentual de cariocas com esse temor -- 46,4%, mas de qualquer forma é quase a metade. Ou seja: a "saidinha' de banco e o sequestro para roubo em caixa eletrônico são preocupações do carioca.
Quando o tema é prevenção, Curitiba é o primeiro lugar. Dezesseis por cento dos habitantes têm alarme em casa. Neste quesito, o Rio está em 10º, com 9,2%. Na lista de proporção de entrevistados que têm residência com vigia armado, o Rio está em 14º lugar, com índice de apenas 3,6%. O topo da lista ficou com Maceió (10,8%).
Fonte:Globo
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