Segundo o relato da testemunha ao MP, o dinheiro teria sido dividido em sete parcelas e pago com notas frias da Pan Serviços de Administração Ltda
Shopping Pátio Higienópolis (Jair Magri)
Na mesma obra de ampliação do Shopping Pátio Higienópolis, realizada em 2009, em que o major Francisco é suspeito de agilizar laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros, um agente da Polícia Ambiental conhecido como Hanz teria recebido 70 000 reais para fazer vista grossa diante de danos ambientais provocados pela obra.
Segundo o relato da testemunha ao Ministério Público, o dinheiro teria sido dividido em sete parcelas e pago com notas frias da Pan Serviços de Administração Ltda. Cada repasse custava 13.333 reais, já que a empresa cobrava pelos impostos decorrentes da emissão da nota sobre cada propina.
A base de cálculo utilizada para o pagamento de Hanz, que seria policial civil, se repete em diversas notas fiscais, segundo o Ministério Público Estadual (MPE). Todos os valores investigados terminam nas sequências 333 e 666, o que, segundo os promotores, até facilita o trabalho de apuração.
No caso de Hanz, o acordo impedia o policial de notificar os responsáveis da obra pelas irregularidades. A ampliação promoveu cortes e transporte irregulares de árvores no terreno incorporado ao centro comercial. Pelo menos uma das parcelas, segundo a testemunha, foi paga no interior do centro comercial, na frente de um café.
A testemunha afirma ainda aos promotores ter participado da reunião realizada para fechar o negócio com o policial. Antes do encontro, mais um pagamento teria ocorrido, dessa vez no valor de 5 000 reais.
Falhas - O então secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge (PV), também é apontado como integrante do esquema. Ele teria recebido 200 000 reais, de acordo com o depoimento, para acobertar as falhas do Shopping Pátio Higienópolis. Jorge nega as acusações.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente diz que prestará os devidos esclarecimentos à Promotoria, que enviou ofício solicitando informações da pasta sobre o processo de licenciamento ambiental do shopping na última sexta-feira.
O Shopping Pátio Higienópolis informa que "desconhece a existência de pagamentos indevidos e que tem pautado sua atuação pelo mais absoluto respeito às normas éticas e legais".
Fonte:VEJA
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