Levantamentos do Instituto Avante Brasil, fundados nos dados doDEPEN – Departamento Penitenciário Nacional, apontam que, em2005, o número de presos que respondiam por latrocínio no país perfazia 7.821 pessoas, ou 3% do total de 254.601 detentosexistentes na época.
Em 2011, seis anos depois, a quantidade de presos acusados ou condenados por este delito passou para 14.266, ainda representando 3% do total, mas agora num universo de 514.582 encarcerados. Ou seja, em seis anos, o número de presos por latrocínio cresceu 82%.
E assim como os crimes de roubo, tráfico, homicídio, posse e porte de arma de fogo, receptação, furto, estupro, quadrilha ou bando, o latrocínio faz parte hoje de um pequeno grupo de nove delitos (G9) que fundamentam 94% das prisões do país e que, em 2005, também já compunha a maciça maioria (na época, 85%) dos aprisionamentos nacionais (Veja: Sistema carcerário: bombarelógio com tragédias anunciadas).
O latrocínio insere-se, ainda, no rol de crimes contra o patrimônio, que atualmente representam 71,6% das prisões brasileiras fundamentadas por delitos do Código Penal (Veja: Crimes contra o patrimônio justificam 71,6% das prisõestipificadas no Código Penal).
Nesse sentido, o cometimento deste delito em larga e constante escala só evidencia as deficiências estatais e os conflitos e mazelas sociais e morais de nossa sociedade, tomada pela desigualdade, pela violência e pelo consumismo desenfreado, onde a necessidade de bens materiais ultrapassa a importância dada à própria vida (Veja: Elimina-se a pobrezaexterminando o pobre (?) , O brasileiro é pacífico? e Brasil é o 20º país mais violento do mundo. Alagoas é o campeãonacional).
Todavia, como os números acima demonstram, apostar apenas em leis mais severas, mais repressão e punição, sem o respaldo de políticas inclusivas sociais, educacionais e de conscientização, bem como em medidas de prevenção, só tem resultado em mais crimes, mais prisões e mais violência (Veja: Brasil: quanto mais presos, mais crimes)
Fonte:LFG
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