Ainda assim, autoridades de saúde comemoram não haver registro de novas mortes mais de 50 horas após incêndio na boate Kiss; 231 perderam a vida
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que está em Santa Maria coordenando os trabalhos após a tragédia que matou 231 pessoas no incêndio da boate Kiss, informou nesta manhã que 118 vítimas seguem internadas. Dentre elas, estão 75 pessoas em estado crítico, em risco de vida, e outras vinte com queimaduras graves pelo corpo.
Segundo informações da Agência Brasil, o número de internados com problemas menos graves diminuiu com a alta hospitalar de seis pessoas entre segunda e terça-feira. O ministro e a Secretaria de Saúde do município comemoram que nenhuma outra morte tenha sido registrada mais de 50 horas após a tragédia. “Nós temos 75 pacientes que estão em estado crítico, precisam de atenção e podem vir a óbito. Mas, em uma tragédia como essa, conseguir 54 horas sem mortes é muito bom”, disse Padilha.
Um comitê de gerenciamento de crise foi montado no Hospital Caridade, em Santa Maria, para monitorar os pacientes que correm risco de vida e os novos casos de pneumonite que surgirem. Segundo o ministro, até seis dias após inalar a fumaça tóxica do incêndio, podem aparecer sintomas como falta de ar, cansaço e tosse, que tendem a evoluir de forma rápida para insuficiência respiratória. As autoridades de saúde mantêm a prática de transferir os pacientes de Santa Maria para Porto Alegre, de modo a garantir reserva de vagas para novos casos de pneumonite química que possam surgir entre as vítimas na cidade.
Assistência às famílias – De acordo com Padilha, foi feito um mapeamento para localizar as famílias que perderam parentes na tragédia para que recebam assistência psicológica. A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde estudava a maior parte dos jovens que morreram no incêndio, forneceu os endereços dos estudantes de outros municípios, e as prefeituras dessas cidades já foram acionadas para oferecerem suporte aos familiares dos mortos.
Segundo Padilha, o Centro de Apoio Psicossocial (CAPs) de Santa Maria está funcionando 24 horas para o atendimento de familiares e amigos que estejam sentindo algum tipo de distúrbio emocional. Também está atuando na cidade um grupo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). “Eles atuaram na tragédia das Torres Gêmeas e são especializados em cuidar do suporte psicológico de pacientes de traumas como esse”, disse o ministro.
Padilha segue para Porto Alegre nesta terça-feira para acompanhar a situação dos pacientes internados na capital, mas retorna à tarde para Santa Maria. Ainda não há previsão para que o ministro deixe o Rio Grande do Sul.
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