quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Delação vale para absolver, diz advogado de PM inocentado por acusado de matar juíza no Rio


O advogado de um dos 11 PMs acusados de assassinar a juíza Patrícia Acioli, Walmar de Jesus, defendeu a tese de que a delação premiada "também tem que ser válida para absolver", pois o delator, o também PM Sérgio Costa Júnior --condenado a 21 anos de prisão pelo mesmo crime--, inocentou o seu cliente, o soldado Junior Cezar de Medeiros, em dois depoimentos prestados à Justiça.
Em discurso inflamado durante o segundo julgamento do caso, nesta quarta-feira (30), na 3ª Câmara Criminal de Niterói, o defensor do soldado Medeiros chegou a comparar a sua potencial condenação à morte de Jesus Cristo. "Pela terceira vez, um inocente pode ser considerado culpado. A primeira vez foi há 2013 anos, quando um homem que tem praticamente a mesma idade do Medeiros foi julgado em uma cidade que não era a dele", disse.
"Peço a vocês [jurados] que não crucifique um terceiro inocente", afirmou ele, referindo-se ao fato de que o réu é natural do município do Rio.
"O próprio Ministério Público afirma o tempo todo que todo o valor deve ser dado à delação premiada fornecida pelo Sérgio Costa Júnior. A única pergunta que fiz a ele [Júnior], durante o seu depoimento de ontem, foi: o senhor ratifica o que disse na delação premiada? Ele afirmou com todas as letras: 'O soldado Medeiros sequer sabia do planejamento do crime. Nem na primeira nem na segunda oportunidades'. (...) A delação ofertada e aceita pelo Sérgio Costa Júnior é válida tão somente para condená-lo e colocá-lo no banco dos réus?", disse.
UOL

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