
Enquanto Mauro (esq.) é conhecido como barão da noite de Santa Maria, Kiko (dir.) teria aberto boate para dar espaço a sua banda
Foto: Nabor Goulart/Agência Freelancer/Facebook / Reprodução
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Kiko é conhecido pela sua banda - a Projeto Pantana, da qual era vocalista - e pelo perfil baladeiro. Já Mauro é um empresário experimentado, que entrou no negócio para tirar a Kiss do buraco, com a experiência de quem conseguiu manter sua primeira boate, a Absinto, no mapa da vida noturna da cidade por mais de 10 anos, além de administrar restaurantes, lojas e choperias.
Kiko nasceu e estudou em Santa Rosa, mas, mesmo não sendo de Santa Maria, sua família é bem conhecida pelos empreendimentos que construiu, inclusive o prédio onde ele mora, e por administrar a rede GP Pneus, que possui filiais até no Nordeste do País.
Já Maurinho era um empresário respeitado e que aproveitava as coisas boas da vida, como festas, jantares e cerveja. Filho de uma funcionária pública, ele ficou conhecido pelo sucesso que a Absinto consolidou e, há cerca de um ano e meio, se associou a Kiko para levantar a Kiss. Também é dono de uma cervejaria e de um restaurante.
No entanto, antes mesmo da chegada de Mauro, a Kiss já passava por constantes reformas, que eram feitas para repaginar a casa. Com a chegada de Mauro, as reformas continuaram, e a boate ganhou fama e prestígio na cidade, atraindo principalmente universitários. Segundo relatam os próprios funcionários, apesar de os ingressos custarem entre R$ 15 e R$ 25, nas festas - eram realizadas cerca de três ou quatro por semana -, quem frequentava a Kiss não gastava menos de R$ 200 por noite, sendo que em algumas dessas festas Kiko era visto se divertindo entre os clientes. As grandes atrações da boate, que foi palco da tragédia, eram os shows de bandas de sucesso regional, como a Gurizada Fandangueira - que tem um de seus integrantes apontado como o causador do incêndio -, e também nomes mais famosos, como Dado Villa-Lobos, da Legião Urbana. Kiko, segundo relatam pessoas próximas, abriu a Kiss para sua banda. "É o que ele costumava dizer", diz uma pessoa que conhecia bem o empresário. No entanto, no começo a boate teve muitos problemas com a entrada de adolescentes, o que fez com que a casa fosse apelidada de "Kids". Foi quando Mauro entrou em cena para resgatar a fama e o prestígio do local.
Mauro tem o perfil de empresário investidor, papel que teria na Kiss e nos demais negócios. Os rumores na cidade dão conta de que ele estaria planejando investir R$ 1,5 milhão para abrir uma nova casa que ocuparia o lugar da Absinto, que estaria tendo problemas com o shopping onde está localizada.
Segundo a polícia, Mauro já foi alvo de processos por estelionato nos anos 1990. Kiko, por sua vez, teria ordenado que seguranças agredissem clientes da boate, em processo datado de 2011. Uma das vítimas teria ficado com o cotovelo quebrado. "Existe um processo criminal na 4ª Vara de Santa Maria no qual um dos proprietários da casa, Kiko, é processados por agressão no procedimento apurado no final de 2011. A agressão é dos seguranças, sendo que uma das vítimas mais graves teve o cotovelo quebrado, mas ele teria incentivado os seguranças", disse o promotor José Dutra, do Ministério Público de Santa Maria.
TERRA
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