segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Justiça indiana indicia os réus de estupro coletivo de estudante


  • Indiana segura cartaz durante oração em memória à vítima do estupro coletivo
    Indiana segura cartaz durante oração em memória à vítima do estupro coletivo
A Justiça da Índia indiciou nesta segunda-feira cinco dos seis acusados do estupro coletivo e agressão que terminou com a morte de uma jovem de 23 anos em Nova Déli, em dezembro. Antes da audiência, houve tumulto na porta do tribunal especial criado para julgar o crime.
A Justiça indiana indiciou nesta segunda-feira (7) os cinco acusados de estupro coletivo de uma estudante de 23 anos que chocou o país. Devido ao clima de agitação e revolta que toma o país por conta do crime, a magistrada Namrita Aggarwal, que acompanha o caso, ordenou hoje que a primeira apresentação em juízo dos réus fosse realizada a portas fechadas no complexo judicial de Saket, ao sul da capital.
chegada dos acusados ao tribunal foi marcada por protestos. Eles enfrentam a pena de morte por sequestro, estupro e assassinato.
"As pessoas sem ligação com o caso são convidadas a ficar de fora. É impossível para este tribunal conduzir o processo nesta situação", considerou Aggarwal, tentando restaurar a ordem em meio a uma multidão de advogados e jornalistas.
Os advogados dos réus, que tem idades entre 19 e 35 anos, consideraram ser "imoral" defendê-los. Um sexto acusado, supostamente de 17 anos, deve ser julgado por um tribunal juvenil.
Processo acelerado
Na Índia, os réus geralmente são levados à justiça meses após o crime mas, neste caso, o processo foi acelerado. Os acusados vão à corte pouco mais de uma semana após a morte da jovem, em um hospital em Cingapura.

As autoridades prometeram que o julgamento acontecerá pela "via rápida", com audiências diárias ou quase diárias, e durante todo o processo está previsto que compareçam trinta testemunhas, incluindo médicos que atenderam à vítima.

A agressão resultou em manifestações em massa e levantou em um intenso debate sobre a violência contra mulheres e a apatia da polícia e da justiça diante deste tipo de crime no país.

A polícia montou um forte esquema para a audiência. Um homem foi preso na semana passada ao tentar plantar uma bomba perto da casa de um dos réus.

Relato do namorado
A vítima, cujo nome não foi divulgado, havia passado a noite no cinema com o namorado, de 28 anos. O casal entrou em um ônibus ocupado pelo grupo de homens, que estuprou várias vezes a estudante, a agrediu com uma barra de ferro e a jogou na rua seminua. O namorado também foi espancado e jogado do ônibus, de acordo com o próprio testemunho dele.

No sábado (5), a promotoria indicou que os vestígios de sangue nas roupas dos acusados correspondiam ao sangue da vítima.

O namorado lembrou em entrevistas a sua incapacidade de salvar a jovem, e também denunciou a demora da polícia e a indiferença dos transeuntes, enquanto o casal sangrava na estrada.

Manifestações e marchas se sucedem quase sem interrupção em Nova Déli desde que, em 16 de dezembro, foi noticiado o estupro coletivo da jovem, que morreu 13 dias depois. (Com agências internacionais)


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