quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

PM diz que foi induzido a optar por delação premiada em processo sobre morte de Patrícia Acioli


O PM Jefferson de Araújo Miranda, um dos 11 réus no processo sobre a morte da juíza Patrícia Acioli, afirmou ter sido induzido pela DH (Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro) e pela advogada com teve um relacionamento amoroso, Ana Cláudia Abreu Lourenço, a fazer a delação premiada em busca de uma possível redução de pena.
Em julgamento realizado nesta quarta-feira (30), na 3ª Câmara Criminal de Niterói, Miranda disse ainda que optou pela delação premiada, apresentada em juízo também em função de problemas familiares.
"Eles estão mentindo", disse o réu, referindo-se ao delegado Felipe Ettore e ao comissário José Carlos Guimarães, que estavam na DH à época, e a Ana Cláudia Abreu Lourenço. "Com certeza os três estão em conluio. Os três trabalharam junto para isso", completou.
"Eu nego esse depoimento. A delação foi um 'recorte-cola' do Júnior [em referência à delação premiada do cabo Sérgio Costa Júnior, condenado a 21 anos de prisão]. Eles fizeram toda a delação em cima do que foi dito pelo Sérgio Costa Júnior", declarou.
Questionado pela promotoria sobre os motivos pelos quais a Polícia Civil teria supostamente tentado manipular a versão apresentada pelo réu, Miranda afirmou: "A verdade é que eu não sei qual foi o motivo. A Ana Cláudia, o Ettore e o Guimarães têm uma gana muito grande com o coronel. Não sei qual o motivo".
O coronel citado por Miranda é Cláudio Oliveira, apontado pela acusação como mandante do assassinato da magistrada.
Segundo o interrogado, enquanto ele esteve preso na DAS (Divisão Antisequestro), Ana Cláudia "falava durante o tempo" que ele deveria aceitar um suposto "acordo" com o chefe de investigação da DH, que consistiria na delação premiada.
"O Guimarães ia quase todos os dias à DAS para me chantagear e humilhar. (...) Todos os dias era uma ameaça diferente", disse.
Uol

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