Promotoria apresentou depoimentos para tentar comprovar o motivo e o horário das mortes
O promotor Rogério Leão Zagallo abriu o último dia do julgamento do publicitário Gil Rugai, 29 anos, com a apresentação de diversos depoimentos de testemunhas para tentar comprovar que o réu não só havia demonstrado ter motivos para matar o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitiño, como também possuía uma "personalidade dupla" e psicopatia. Durante uma hora e meia, a acusação tentou construir uma "linha do tempo" para demonstrar que, de fato, houve uma briga entre pai e filho dias antes dos assassinatos, em 28 de março de 2004, e que mesmo antes dos acontecimentos o réu demonstrara não ter "qualquer afeição" pelos familiares.
"Me parece que ele está aqui prestes a sair para o conclave. (...) Não se enganem, jurados: ele tem uma personalidade dupla, vive no 'border line' ('linha de fronteira') entre o comportamento normal e a psicopatia", disse o promotor, dando início à apresentação de seus argumentos.
Não se enganem, jurados: ele tem uma personalidade dupla"
Rogério Leão ZagalloPromotor de acusação
Zagallo passou cerca de 20 minutos apenas tentando comprovar, por meio de depoimentos, o perfil "psicopata" do réu. Logo no início de sua fala, ele apresentou um vídeo, de apenas seis segundos, que mostra a reação de Gil Rugai ao chegar à casa onde seu pai e a madrasta foram mortos, em um bairro nobre da zona oeste de São Paulo. "Guardem bem essa cara. Vejam se essa é a postura de uma pessoa que acabou de saber dos assassinatos do pai", afirmou.
Em seguida, durante cerca de 35 minutos, ele apresentou vários depoimentos de funcionários da produtora de vídeo Referência, de propriedade de Luiz Carlos, para tentar comprovar que já havia relatos de que o pai e a madrasta desconfiavam que Gil Rugai estaria desviando dinheiro da empresa e, por esse motivo, queriam trocar as senhas das contas às quais o réu tinha acesso.
Para tanto, o promotor levou aos jurados depoimentos de uma amiga do réu, que relatou à Polícia Civil ter sido agredida fisicamente e ameaçada de morte por ele, por namorar com um garçom por quem Gil Rugai estaria interessado. "Não estou fazendo julgamento do suposto homossexualismo dele, (...) não sou homofóbico. O fato é que ele deu duas garrafadas na cara da namorada desse garçom", afirmou Zagallo
uol
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