Segundo o advogado Jader Marques, o objetivo é evitar que o inquérito seja concluído sem que Spohr, conhecido como Kiko, seja ouvido. "Ele oferece a sua liberdade por mais 30 dias para que ele seja ouvido, exerça o seu direito de defesa."
O advogado diz que Kiko ainda não foi chamado para participar da reconstituição do incêndio nem para acareação com membros do Corpo de Bombeiros, com o engenheiro responsável pela obra de isolamento acústico e com músicos da banda Gurizada Fandangueira --que tocava na boate na madrugada de 27 de janeiro.
Marques disse que essa é uma das decisões mais difíceis de sua carreira profissional.
O advogado apresentou nesta segunda-feira um depoimento em vídeo da namorada de Kiko, Nathália Daronche, sobrevivente da tragédia. Ela estava na boate e ainda não foi chamada para prestar depoimento.
Grávida, Daronche diz no vídeo que o namorado mandou liberar as portas da boate assim que percebeu o incêndio. "A minha dificuldade não foi sair pela porta da boate. A minha dificuldade foi quando eu cheguei na calçada e tinha muita gente na porta [...] Ali tinha muito tumulto, como um táxi que estava parado na frente."
A mulher diz ainda que Kiko ajudou pessoas a sair do local. Ele foi internado e só foi levado à prisão após receber alta, na semana seguinte ao incêndio.
O delegado Marcos Vianna, um dos responsáveis pelo caso, diz que é possível que Kiko seja chamado para a reconstituição do incêndio e que não há data para a conclusão do inquérito. Vianna afirmou ainda que a Daronche será chamada para prestar depoimentos nos próximos dias.
Folha SP
Ótima estratégia da defesa para afastar a motivação de uma preventiva, bem como, a partir da declaração da mulher de Kiko, tentar afastar a tipicidade subjetiva do crime.
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