A suposta quebra do sigilo de Justiça que envolve a prisão da médica Virgínia Soares de Souza, suspeita de matar pacientes na UTI do Hospital Evangélico, em Curitiba, pode afastar a delegada do Núcleo de Repressão de Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), Paula Brisola, do caso. O advogado do hospital, Gláucio Pereira, sustenta que o mandado de prisão contra a médica deveria ter sido cumprido no endereço residencial. E disse que houve "espetacularização da polícia e da mídia, o que tornou o caso público".
O advogado de defesa de Virgínia, Elias Mattar Assad, entregou pedido de assistência ao presidente da Comissão de Defesa de Prerrogativa da OAB-PR. Segundo ele, a polícia tem descumprido ordem judicial ao não entregar toda documentação relativa ao processo. O presidente da comissão, Edward Carvalho, disse que houve abuso de autoridade. Por isso, a delegada pode ser levada à Corregedoria da Polícia Civil. Mas a assessoria da polícia negou que houvesse algum tipo de desrespeito judicial no desenrolar do processo.
Ontem, uma enfermeira que trabalhava com Virgínia foi presa após se apresentar. Com isso, sobe para cinco o número de detidos desde o dia 19.
O Ministério da Saúde designou um auditor do Denasus para acompanhar e contribuir com as investigações. "Esse é um caso de polícia, não de saúde", afirmou o ministro Alexandre Padilha. Ele afirma que o auditor foi colocado à disposição assim que as denúncias vieram à tona, na semana passada. "O auditor vai contribuir na investigação tanto com o Ministério Público quanto no próprio hospital", disse. / JULIO CESAR LIMA, ESPECIAL PARA O ESTADO. COLABOROU LÍGIA FORMENTI
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