Policial que chefiou a investigação diz que não tem dúvidas de que o réu é culpado
O delegado da Polícia Civil Rodolfo Chiareli - que comando a investigação que indiciou o publicitário e ex-seminarista Gil Rugai, 29 anos, como autor dos assassinatos do pai dele, Luiz Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitiño - disse nesta terça-feira que algumas testemunhas, cujos relatos incriminavam o réu, foram ameaçadas durante a apuração do crime, que ocorreu em 28 de março de 2004. Em depoimento no segundo dia do julgamento - que acontece no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo -, o delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) afirmou ainda não ter dúvidas de que Gil Rugai é o assassino e lembrou que a arma do crime foi encontrada no escritório do réu quase um ano após o crime.
"Não tenho nenhuma dúvida (de que o Gil Rugai é o autor dos disparos). (...) Ouvimos inúmeras pessoas e todos os elementos levaram ao Gil Rugai", afirmou o delegado, em depoimento que começou por volta das 13h15 e deve ser um dos mais importantes do julgamento.
De acordo com Chiareli, a arma do crime foi encontrada por um zelador do prédio onde Gil Rugai havia montado um escritório, dentro de uma caixa coletora de água fluvial, um ano após os assassinatos. Segundo ele, após a perícia, ficou comprovada que a pistola encontrada era a mesma usada para matar as vítimas, sendo que os nove estojos (ou seja, as "cascas" dos projéteis deflagrados) achados ao lado dos corpos de Luiz Carlos e Alessandra partiram dessa arma. A mesma pistola também é compatível com outro estojo de bala, este encontrado no quarto de Gil Rugai. "Mas esse tiro (contra uma parede) foi disparado em outra ocasião, não foi no mesmo dia", explicou.
Ainda segundo o delegado, a arma também condizia com o modelo do coldre adquirido por Gil Rugai em uma loja, e também encaixava com a descrição da arma que os amigos dele relataram à polícia terem visto antes do crime. "Ele disse que comprou o coldre antes porque tinha a intenção de comprar uma arma. Mas achei estranho isso, de comprar um coldre antes de comprar uma arma", explicou o delegado, lembrando que dois amigos de Gil Rugai contaram que ele possuía uma arma igual à encontrada. "Todos os disparos partiram de uma mesma arma, que era essa encontrada na caixa fluvial do prédio (do escritório do Gil Rugai), por um acaso", completou o policial.
Ameaças contra testemunhas prejudicam investigação
O delegado também negou, em vários momentos, que a DHPP tenha ameaçado as testemunhas para que elas apontassem Gil Rugai como autor dos assassinatos, mas esclareceu que não houve indícios que apontassem outras linhas de investigação, mesmo após a Polícia Civil ter ouvido cerca de 100 pessoas.
O delegado também negou, em vários momentos, que a DHPP tenha ameaçado as testemunhas para que elas apontassem Gil Rugai como autor dos assassinatos, mas esclareceu que não houve indícios que apontassem outras linhas de investigação, mesmo após a Polícia Civil ter ouvido cerca de 100 pessoas.
Chiareli também relatou que algumas das principais testemunhas do caso foram ameaçadas durante a investigação, o que prejudicou a apuração do caso. Entre as testemunhas que teriam sido ameaçadas de morte após dar depoimentos que incriminavam Gil Rugai, estavam o vigia Domingos Ramos Oliveira de Andrade, que disse ter visto o acusado deixando a casa após o crime; um outro vigia; e um amigo de Gil Rugai, que afirmou ter suspeitado desde o início dele. "A nossa vida (a dele e de outros investigadores) virou um inferno. (...) (As ameaças) Prejudicaram muito o nosso trabalho", afirmou.
Além do delegado, a Justiça ouviu hoje um instrutor de voo que dava aulas para Luiz Carlos e relatou que a vítima havia lhe contado que tinha brigado com o filho, a quem se referiu como "um menino perigoso". Outras 10 pessoas ainda precisam ser ouvidas durante o julgamento de Gil Rugai, que começou na segunda-feira e deve terminar até o fim desta semana.
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