O homem responsável pelo maior cárcere privado da história do Rio Grande do Sul foi condenado na noite de segunda-feira pelo Tribunal do Júri da Comarca de Canoas. Rodrigo Luciano Luz recebeu a pena de 23 anos, um mês e 15 dias de reclusão em regime fechado por tentativa de homicídio qualificado e por manter por mais de 69 horas em cárcere privado a ex-companheira e seus dois filhos. Ele permanecerá recolhido no Presídio Central, em Porto Alegre, e não poderá recorrer da sentença em liberdade.
O réu foi absolvido da acusação de adquirir e adulterar de chassi de carro roubado, utilizado na noite do crime. A sentença foi lida no final da noite pela juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva, da 1ª Vara Criminal de Canoas.
O crime ocorreu no bairro Guajuviras, em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, em 2010. Conforme a denúncia do Ministério Público, às 23h do dia 12 de fevereiro, Rodrigo Luciano Luz entrou na residência da ex-companheira com uma arma e manteve ela e seus filhos (um menino de 11 anos e uma menina de sete anos, à época) em cárcere privado. Até ser libertada, às 20h30 de 15 de fevereiro, a mulher foi agredida e estuprada repetidas vezes.
O acusado também respondeu pela tentativa de homicídio do namorado da irmã da vítima que, juntamente com a Brigada Militar, tentou entrar na casa onde ocorria o cárcere. Recebidos a tiros pelo acusado, o cunhado da vítima acabou ferido.

Adiamento
O julgamento de Luz pelo Tribunal do Júri foi inicialmente marcado para abril do ano passado. No entanto, ocorreu o adiamento, pois a defesa solicitou exame de insanidade mental. O laudo feito pelo Instituto Penal Forense (IPF) atestou que o réu tem plenas capacidades mentais de responder pelas acusações. A defesa impugnou o resultado e nova avaliação foi realizada pelo IPF, tendo a mesma conclusão.

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