Nos últimos 12 anos, o percentual de adolescentes internos da Fundação Casa (antiga Febem) em São Paulo apreendidos por tráfico de drogas saltou de 4,76% para 42,1%. É a primeira vez que divide com roubo (42,7% dos internos) o topo da tabela de delitos cometidos por menores. Os dados obtidos pelo jornal Folha de São Paulo mostram que o tráfico foi o principal responsável pelo aumento de 98% no número de internos no período.
Em 2000, havia 4.197 jovens internados na instituição. Dois anos depois, eram 8.342 - 85% dos novos internos foram acusados de tráfico. Para efeito de comparação, no sistema prisional, onde estão detidos os adultos, os condenados por tráfico são 29% da população carcerária paulista, e os por roubo, 35%. Segundo especialistas e a fundação, três fatores explicam essa realidade: a ilusão do "dinheiro fácil", que seduz os menores de idade com maior facilidade; usuários que vendem droga para sustentar o vício; o maior rigor de juízes. Outro dado que mostra o aumento dos jovens no tráfico é o número de ações judiciais que envolvem menores. Dados do Ministério Público mostram que o tráfico respondia por metade dos 14.434 procedimentos abertos em 2012 nas varas da capital.

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