terça-feira, 6 de agosto de 2013

Quadrilha presa no RN queria matar delegada, promotor e policial federal

Suposto grupo de extermínio foi preso nesta terça na operação Hecatombe.
Bando ainda tentou resgatar chefe na maior penitenciária do estado.


Uma delegada de Polícia Civil, um promotor de Justiça e um agente da Polícia Federal estariam marcados para serem mortos pelo suposto grupo de extermínio preso na manhã desta terça-feira (6) no Rio Grande do Norte. A informação foi confirmada pelo delegado Alexandre Ramagem, da Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal. O grupo, segundo a Polícia Federal, é apontado como sendo responsável por pelo menos 22 homicídios com características de execução no estado. A operação foi denominada Hecatombe - em referência ao sacrifício coletivo de muitas vítimas.
Ainda segundo a Polícia Federal, o grupo cobrava entre R$ 500 e R$ 50 mil para executar as vítimas, o que configura que a quadrilha também atuava com pistolagem. "Mas houve um caso em que uma morte se deu por um motivo mais que banal. Um dos presos executou uma pessoa apenas para 'estrear' uma pistola que havia comprado", disse o Ramagem.
Delegado federal Alexandre Ramagem explica operação Hecatombe, realizada no RN (Foto: Igor Jácome/G1)Delegado federal Alexandre Ramagem fala sobre
Operação Hecatombe (Foto: Igor Jácome/G1)
O grupo, ainda segundo a PF, também teria planejado resgatar o soldado Wendell Fagner Cortez, apontado como um dos chefes do grupo, que está preso no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que fica na zona Norte de Natal. Procurada peloG1, a  advogada Kátia Nunes, responsável pela defesa do policial, informou que ainda irá se informar sobre as suspeitas envolvendo seu cliente.
Dos 21 mandados de prisão expedidos pela justiça, 17 foram cumpridos. Quatro pessoas, sendo dois policiais, são consideradas foragidas. Entre os presos há sete PMs. Segundo o delegado federal, os suspeitos presos por força de mandado temporário também são suspeitos de outros crimes. "É um grupo de alta periculosidade. Eles chegaram a produzir coletes e distintivos da Polícia Federal. Se passaram por policiais civis para executar vítimas", revelou. 
O grupo tinha geralmente três chefes. "Isso mudava. Alguns chegaram a sair por desavença", comentou. Eles escolhiam quem seria o executor, ou quem levantaria informações sobre a vítima, entre outras coisas", disse. Entre as vítimas também havia policiais militares. As investigações ainda apontaram que o grupo também assassinava pessoas por motivos como desavença e disputa por tráfico de drogas. "Demonstravam total desapego à vida. Começaram por motivos financeiros, mas o caminho levou à banalização da vida", comentou o delegado.
As investigações teriam começado há cerca de um ano, através de uma solicitação do Centro de Inteligência da Secretaria Estadual de Segurança e Defesa Social. "A gente sabe que esse tipo de crime está se tornando muito comum no nosso estado e queremos combater para dar tranquilidade e segurança à população", apontou o secretário Aldair da Rocha.  O Ministério Público do Estado também contribuiu com as investigações.
A operação abrange os municipios de São Gonçalo do AmaranteParnamirim e Cerro Corá. Ao todo, participaram da ação 215 policiais federais, sendo que 30 deles são do Comando de Operações Táticas Especializado em Operações de Alto Risco, de Brasília.

g1

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