terça-feira, 6 de agosto de 2013

Veja como utilizar técnicas de estudo durante a preparação para concursos

Lia Salgado dá dicas para elaboração de planejamento de estudo.
Candidato deve estudar a teoria, resolver exercícios e fazer revisão.




Na coluna de vídeo desta semana, a especialista em concursos  Lia Salgado* fala sobre como os candidatos podem utilizar técnicas de estudo para entender as disciplinas  que serão cobradas nas provas e ainda obter a aprovação no concurso público.
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Segundo Lia, estudar para concurso público requer a consciência de que é um projeto de médio a longo prazo, e a aprovação pode demorar alguns meses e até anos. "Mas vale a pena porque o resultado é para o resto da vida. Sabendo disso, o candidato saberá lidar melhor com as dificuldades que possam surgir no caminho sem se deixar abater", ressalta.

Como os concursos cobram muitas disciplinas, com conteúdos extensos, ter uma boa técnica de estudo é essencial para obter o resultado desejado.

"Há várias formas de estudar e cada candidato se sente mais confortável com um estilo. Mas todas elas precisam ter algumas características essenciais", acrescenta a especialista.
Estudo da teoria
O estudo de qualquer conteúdo novo começa pela leitura da teoria e nesse momento não é esperado que o candidato memorize todas as informações, ressalta Lia. "O importante é se preocupar em compreender o que está sendo visto. Esse é o passo número 1."
Material para revisãoResolução de exercícios
Depois da leitura da teoria é essencial que o candidato resolva exercícios com consulta. "Ele irá resolvê-los consultando a teoria, porque ainda não é o momento de ver se aprendeu ou memorizou algum conceito. Na verdade, ele ainda não aprendeu e nem memorizou porque acabou de tomar conhecimento daquele assunto", completa.

A especialista ressalta que a consulta deixa mais claro o que não foi entendido durante o estudo da teoria. E, ao mesmo tempo, o candidato começa a fixar o conteúdo, de uma forma natural, que vai durar até o fim do estudo.
"Um aspecto essencial é a elaboração de um bom material para futuras revisões e é aí que muito candidato se atrapalha porque acha que vai gastar tempo preparando esse material e prefere avançar mais rapidamente no estudo da teoria", diz a especialista.

Segundo ela, é importante que, quando o edital seja publicado, o candidato tenha como revisar tudo o que foi estudado em pouco tempo. E isso só será possível se ele tiver preparado o material para a revisão.
"Cada pessoa tem um estilo e gosta de preparar esse material de uma forma", lembra Lia. Ela sugere a preparação de fichas-resumo, com os tópicos mais importantes em quadros e esquemas. "Não é uma coisa muito completa, serve mais para lembrar os pontos da teoria para uma revisão rápida."

Outra opção é utilizar o computador, que permite a inserção de novos tópicos ou a retirada de alguma coisa que será desnecessária no futuro.

"O importante é saber que o material de revisão não fica pronto desde o início, ele será complementado e também enxugado, porque quando você aprofunda o estudo, percebe que alguns tópicos são desnecessários", reforça a colunista.
Provas de concursos anteriores
"Muita gente tem dificuldade, depois que estudou a teoria, de saber se aquilo é suficiente ou não. A pessoa pensa que está preparada para a prova e se surpreende com o nível de profundidade ou até com a abrangência de conteúdo cobrada na prova", conta Lia.
Para que isso não ocorra, a especialista indica a resolução de provas de concursos que já aconteceram. Assim, o candidato terá condições de perceber se o que já foi estudado é suficiente para a área de concursos que ele vai prestar. "Não adianta saber a teoria se você não souber resolver provas de concursos."
Processo gradativo
A preparação para concurso é similar à preparação de um atleta. "Mesmo que você disponha do dia inteiro para estudar, no início será importante estudar de 1h30 a 2h pela manhã, 1h30 a 2h à tarde, ou se você só tiver tempo para estudar à noite será a mesma coisa."
Com o passar das semanas, o candidato vai conquistando, aos poucos, a capacidade de concentração e atenção e vai poder prolongar o tempo de estudo.
Também é importante, segundo Lia, fazer pausas de 15 minutos a cada 1h30 ou 2h de estudo, além de um intervalo maior entre os turnos. "Isso não significa perda de tempo, isso garante que o candidato mantenha a qualidade do aprendizado durante todo o estudo."
O processo também é gradativo na quantidade, ou seja, o candidato não deve pegar todas as disciplinas e começar a estudar tudo ao mesmo tempo. A especialista ressalta que é importante que o candidato veja as disciplinas a cada semana ou quinzena, porque assim é possível manter a fixação e revisar o conteúdo.

"A sugestão é começar estudando as matérias básicas, que devem caber na sua semana ou quinzena, e conforme o candidato já estiver mais seguro nas matérias básicas, elas vão passar para o estágio de revisão e vai sobrar mais tempo, em que serão incluídas as disciplinas complementares", completa Lia.
As disciplinas específicas ficarão para um período posterior, mais próximo da publicação do edital, porque o candidato estará com as básicas e complementares mais sedimentadas e poderá dedicar menos tempo a elas para inserir as específicas no planejamento.
 
"Não é no primeiro momento que o candidato vai ler a teoria e perceber toda a profundidade daquele assunto. Aos poucos ele vai aprofundando o conhecimento e a abrangência."
Processo permanente
Quando o candidato tiver concluído o estudo de cada disciplina, é necessário seguir um processo contínuo até a sua aprovação, segundo Lia. "A gente considera que o estudo de uma disciplina foi concluído quando você tiver visto toda a teoria, feito os exercícios para facilitar o entendimento e preparado o material para revisões."

Quando chegar nesse ponto e o edital não tiver sido publicado, o candidato deve fazer uma revisão completa da teoria a partir do material preparado. Quando tudo estiver revisado, o passo seguinte será a resolução de provas anteriores. Após a resolução, ele deve marcar o que errou e voltar ao material de revisão para ver porque errou.

"Se o material de revisão não tiver informações suficientes para você entender o porquê errou, é preciso voltar aos livros para complementar o material de revisão. Esse procedimento deve ser feito até o candidato anotar tudo o que errou", completa a colunista.

Em algum momento, Lia afirma que o candidato pode perceber que precisa eliminar alguma coisa e dessa forma, o material de revisão será formulado. Assim, quando o edital for publicado, o material está pronto.

"É um processo contínuo e permanente até a sua aprovação", afirma a especialista.
*Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”

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