quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Corregedoria investiga ação de PMs em tiroteio no Réveillon de Copacabana


  • Rufino Adilson da Silva, 34, é baleado durante tiroteio com policiais durante o Réveillon em Copacabana, no Rio de Janeiro. Outras 11 pessoas também ficaram feridas durante a confusão
    Rufino Adilson da Silva, 34, é baleado durante tiroteio com policiais durante o Réveillon em Copacabana, no Rio de Janeiro. Outras 11 pessoas também ficaram feridas durante a confusão
A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro abriu nesta quinta-feira (2) um IPM (Inquérito Policial Militar) para investigar a ação e a conduta dos oito PMs, entre os quais o comandante do batalhão de Copacabana (19º BPM), tenente-coronel Ronald Santana, no tiroteio que deixou 12 feridos durante a festa de Réveillon em Copacabana, zona sul, pouco antes da queima de fogos.
Segundo informações da "Agência Brasil", o porta-voz da corporação, tenente-coronel Cláudio Costa Oliveira, afirmou que todas as testemunhas serão convidadas a depor, assim como as pessoas que se feriram durante a troca de tiros. "Serão feitas todas as diligências necessárias. É uma ação rotineira para verificar as circunstâncias do fato, analisar e tentar fazer a reconstituição do caso", explicou ele.
A investigação oficial está a cargo da delegacia de Copacabana (12ª DP), que já colheu os depoimentos dos oito policiais militares envolvidos no tiroteio. As armas utilizadas pelos PMs foram apreendidas e encaminhadas para perícia do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli).
A troca de tiros começou depois que um homem suspeito de agredir a mulher roubou a arma de um soldado que acompanhava o tenente-coronel Santana. O suposto agressor foi abordado pelos PMs na esquina da avenida Nossa Senhora de Copacabana com a rua República do Peru.
O homem que teria iniciado o tiroteio foi identificado como Adilson Rufino da Silva, 34, preso em flagrante pelos crimes de violência contra a mulher --Lei Maria da Penha-- e de tentativa de homicídio. Silva foi baleado e se encontra sob custódia policial no hospital Miguel Couto, no Leblon, zona sul.
Além de apreender as armas dos policiais e encaminhá-las para a perícia do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), a 12ª DP vai aguardar a recuperação das vítimas para que sejam colhidos os seus respectivos depoimentos. O delegado responsável pela investigação também solicitou imagens das câmeras de segurança instaladas na região.

"Achei que fossem fogos", diz vítima

Renato Carneiro Resse, 15, baleado na perna durante a confusão, foi atendido na madrugada desta quarta-feira (1º) no hospital Miguel Couto. Ao deixar a unidade, o jovem afirmou que, em um primeiro momento, achou que os disparos fossem fogos de artifício.
"Escutei o primeiro disparo e achei que fossem fogos. Mas eu vi todo mundo se jogando no chão. Não tive essa reação. Quando eu senti [o disparo que o atingiu], pensei que fosse alguma coisa caindo em mim, como uma árvore. Mas eu coloquei a mão e vi o sangue", disse ele em entrevista à rádio "CBN".
Das cinco pessoas levadas para o hospital Miguel Couto, três receberam alta. Outras duas seguem internadas, em estado estável, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
Testemunhas relataram que Silva tentava enforcar uma mulher na rua República do Peru, esquina com a avenida Atlântica, a poucos minutos da queima dos fogos. Ao ser abordado pelos policiais militares, Silva conseguiu tirar a arma do soldado que acompanhava o tenente-coronel Santana, segundo informações da assessoria da PM.
Durante a troca de tiros, o comandante do 19º BPM foi baleado no joelho. O outro policial militar, ainda não identificado, reagiu com disparos e também foi baleado.
Santana foi operado na madrugada em um hospital particular, mas já recebeu alta. O soldado continua internado no hospital da corporação, no Estácio, zona norte. Não há informações sobre o seu estado de saúde.
A ocorrência foi registrada na delegacia de Copacabana (12ª DP), que abriu inquérito para investigar as circunstâncias dos crimes. Silva foi preso em flagrante e está sob custódia. (Com Folha de S.Paulo)

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