Carlos Ayres Britto, novo Presidente do Supremo Tribunal Federal parece reunir a sintese de um legitimo líder. O mestre jornalista Gaudêncio Torquato, em seu editorial no Estadão ( 22/4) escreve : “…Aos juizes, recomenda-se refletir sobre o canto poético de Carlos Ayres Britto : façam como as garças, que vivem em ambientes enlameados, mas executam uma coreografia cuidadosa que preserva a alvura de suas penas” . Um líder legitimo é aquele que coloca a sua vida, a sua agenda à serviço da causa, da obra; e jamais ao contrário, colocando a obra, a empresa, a serviço da sua agenda pessoal. Portanto, ser um líder sustentável, aquele que não rouba do futuro para realizar no presente, e muito menos frauda o presente de uma obra para tirar proveitos de ordem pessoal é o preço que legitimos líderes pagam pelo prazer supremo de liderar. O Sergipano Ayres Britto é expert intérprete da lei; é um artista da expressão jurídica e homem que aparenta saber muito sobre ” ler a alma do homem da rua “. A mudança dos paradigmas, o bom senso entre os pés no chão e o espírito das estrelas é o que reunimos das entrevistas e de um olhar magnânimo que sinto exalar deste maior representante da lei e dos julgamentos no pais. O desafio de todos os desafios para um legitimo líder é o que Freud registrou : ” domar os próprios instintos é o que separa o homem animal do homem civilizado “. Fraude, corrupção, uso da máquina pública, falcatrua nas corporações privadas, organização de quadrilhas, crime, roubo, assédios de todos os tipos, golpes brancos, golpes armados, ou mesmo usar o sistema a favor ou contra amigos e interesses de facções, como Getulio Vargas apregoava : “..aos amigos tudo, aos inimigos a lei “; é a luta das civilizações contra os poderes instintuais de cada ser humano.
As leis, a república, a democracia, a justiça e a ética vigilante dessa justiça tem sido, ao lado da ciencia e da tecnologia, as melhores demonstrações da evolução e da possibilidade de um melhor futuro para toda a humanidade. Que Ayres Britto tenha forças para seu fardo, e que possa representar o exemplo de um líder legitimo no Brasil, a autonomia e a independencia do fundamental judiciário. Justiça é a palavra mãe.
Fonte:Exame
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