Equipes do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado, da Polícia Civil), e da Corregedoria da Polícia Militar estão nas ruas na tarde desta segunda-feira em busca de mais dois policiais militares investigados sob suspeita de colaborar com quadrilhas de ladrões de condomínios e de casas de alto padrão no Estado de São Paulo.
Os dois policiais militares são suspeitos de receber dinheiro para repassar informações sobre o patrulhamento da Polícia Militar nas regiões onde os ladrões escolhem seus alvos para atacar.
Ontem, 14 pessoas --incluindo um PM-- foram presos pelo Deic e Corregedoria da PM sob suspeita de planejar um arrastão a um prédio de 36 apartamentos na rua Pedro Pomponazzi, na Vila Mariana (zona sul de SP).
Treze suspeitos foram presos por volta da 1h de ontem em uma casa na rua Cora, no Ipiranga (zona sul), por policiais do Deic. Segundo a polícia, o grupo sairia dali para invadir o prédio às 3h.
Na casa, foram apreendidos celulares, coletes --um deles com emblema da Polícia Civil--, um fuzil, duas metralhadoras, além de cinco algemas de aço e dezenas de plástico, que seriam usadas para imobilizar as vítimas.
Já os dois PMs --um do 45º Batalhão (Mooca) e o outro do 12º Batalhão (Vila Mariana)-- foram presos entre sexta-feira e ontem. A suspeita do Deic é que eles avisavam a quadrilha caso se deparassem com policiais civis ou militares rondando próximo ao prédio invadido.
Segundo o delegado Nelson Silveira Guimarães, diretor do Deic, o grupo foi "muito provavelmente" o responsável pelo arrastão a um prédio de classe média alta no Paraíso, no dia 3.
Na ocasião, um ladrão passou-se por carteiro para entrar no edifício e render o porteiro. Cerca de 20 moradores foram agredidos, entre eles um juiz do Tribunal de Justiça Militar e seu segurança, um sargento do Exército.
A polícia também investiga se esse mesmo grupo tem envolvimento com a morte de um policial militar durante um furto a caixas eletrônicos em Santo André (ABC), em julho do ano passado.
O grupo é suspeito ainda de comandar roubos contra pasteleiros orientais, na capital paulista. Os acusados não quiseram falar em depoimento. Os advogados deles não foram localizados pela reportagem.
Na quinta, outro policial militar, Rafael Carlos Rebollo Ragate, 35, foi preso sob suspeita de colaborar com um grupo de assaltantes de casas na zona oeste.
Após saber da prisão de Ragate, um dos PMs presos ontem teria ficado com medo de prosseguir com o roubo contra o condomínio na Vila Mariana, previsto para acontecer na sexta-feira, e isso atrasou os planos da quadrilha.
As investigações apontam que ele fornecia informações privilegiadas sobre o patrulhamento da PM nos bairros para ajudar a quadrilha.
Fonte:Folha
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