O marido de uma das vítimas dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos quer depor contra a tentativa de condenar à morte os acusados pelos ataques.
Blake Allison, 62, um dos dez familiares sorteados para acompanhar o início dos julgamentos contra cinco suspeito do atentado na semana passada, na Base de Guantánamo, quer convencer o governo americano a poupar a vida dos acusados, mesmo que o tribunal condene os cinco à morte.
"O público precisa saber que há famílias lá fora que não concordam que esses homens devam ser colocados no corredor da morte", disse Allison ao The Post. "Não podemos matar do nosso jeito para buscar a paz amanhã", completou ele.Durante o julgamento, realizado em 5 de maio, Allison teve um encontro escondido com os advogados de defesa dos réus no qual disse que estava disposto a testemunhar contra a vontade de condená-los à pena de morte, segundo informa o New York Post.
A mulher de Allison, Anna, era consultora e voltava de Los Angeles no avião que foi jogado contra a torre 1 do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001.
Segundo ele, que hoje vive em New Hampshire, seu ponto de vista não é o mesmo dos familiares da mulher e das outras vítimas do atentado.
"Minha oposição contra a pena de morte não diz que eu não quero que as pessoas que mataram minha mulher não paguem pelos seus crimes", disse Allison.
"Mas para mim, a oposição à pena de morte não depende da situação. Apenas porque eu fui vítima, pessoalmente, não me dá, na minha cabeça, o direito de querer tirar vidas", afirmou o americano. "Eu me opus à pena de morte por décadas, antes da minha mulher ser morta. E eu ainda sou".
Allison já havia testemunhado no caso de Zacarias Moussaoui, francês de origem marroquina que pilotava o avião que tinha como alvo a Casa Branca, no dia dos atentados. Moussaoui poderia ter sido condenado à pena de morte mas acabou senteciado à prisão perpétua, e cumpre a pena no presídio de segurança máxima do Colorado.
Fonte:uol
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