quinta-feira, 17 de maio de 2012

Polícia Civil apura se acidente no metrô foi crime de lesão corporal ou sabotagem


A Polícia Civil de São Paulo vai apurar se o acidente ocorrido nessa quarta-feira (16) na linha 3-vermelha do metrô configura crime de lesão corporal culposa (sem intenção) ou de desastre ferroviário --o que implicaria em dolo, ou, na prática, sabotagem. De acordo com o titular da Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), Valdir Rosa, contudo, ainda não há indícios para a segunda hipótese.
“Vamos aguardar a perícia nos trens e também que as vítimas compareçam para depor, ainda que com apenas uma delas depondo já seja possível mover uma ação penal, posteriormente. Também queremos ouvir o diretor de operações do Metrô, saber a explicação da empresa para isso, antes de concluir se o acidente foi um caso de lesão corporal culposa ou de desastre ferroviário”, declarou o delegado.
Rosa disse não haver indícios de sabotagem, por ora, mas não descartou a hipótese. “Não há ainda qualquer indício de sabotagem, mas queremos verificar, por exemplo, se alguém danificou algo ou mexeu nas placas de sinalização de maneira indevida”, completou.
Conforme o delegado, já foram ouvidas três vítimas leves do acidente dentro do inquérito instaurado ontem. Além delas, também já depôs o maquinista da composição que bateu na traseira de um trem parado próximo à estação Carrão (zona leste) e serão intimados a depor integrantes da diretoria da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP).
Rosa disse que, em depoimento, as três vítimas relataram ter sentido um forte tranco antes de caírem. Já o maquinista, afirmou o delegado, relatou ocorrência de falha mecânica no momento em que, quando tentou parar a composição, ela arrancou e ele precisou acionar o freio de emergência.
Não foram definidas ainda datas para o depoimento de representantes do Metrô.

Falha mecânica

Ontem, após o acidente, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse que a pasta descarta possibilidade de falha humana e afirmou que o maquinista não conseguiu frear a tempo de evitar a colisão. Um dos trens estava parado nos trilhos --ainda não se sabe se ele estava em atividade ou não-- e o segundo estava entre 9 e 12 km/h.
Em entrevista ao "SPTV", da TV Globo, o presidente do Metrô, Peter Walker, disse que a falha foi mecânica e que os dois trens deveriam manter uma distância mínima, mas um deles parou na linha e o que vinha logo atrás continuou. "[O maquinista] falou que recebeu 'linha livre, continue', então continuou", disse.
O presidente do sindicato dos metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, afirmou que o maquinista relatou que, enquanto o trem estava em movimento, o sistema ATC emitiu um alerta de acelerar em vez de frear ao ter se aproximado da composição parada. O maquinista então operou o trem manualmente para freá-lo. Segundo Prazeres, toda composição do Metrô conta com o sistema automático que, ao registrar a distancia de 150 metros entre o próximo trem, aciona o freio.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 103 pessoas foram atendidas pelo Samu (Serviço Móvel de Urgência) e por hospitais da rede municipal por conta do acidente.
Fonte:UOL

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