A Polícia Civil investiga a morte do diretor da empresa Yoki, que levou um tiro na cabeça e foi esquartejado. M.K.M., de 42 anos, desapareceu no dia 20 de maio e partes de seu corpo foram encontradas entre os dias 21 e 28 em Cotia. As investigações prosseguem e a polícia trabalha para esclarecer o crime o mais rápido possível.
A esposa da vítima, a enfermeira A.E.K.M., de 38 anos, é a principal suspeita do homicídio. Ela está presa temporariamente desde ontem (04). Em entrevista coletiva concedida nesta tarde, os delegados da Divisão de Homicídios do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios de Proteção à Pessoa) falaram sobre a investigação do caso. Eles acreditam que o empresário foi morto dentro de seu apartamento, na Vila Leopoldina, zona oeste da Capital.
Indícios
De acordo com o diretor do DHPP, Jorge Carlos Carrasco, alguns indícios apontam a mulher como a autora do crime.
A primeira suspeita é baseada nas imagens do circuito interno do prédio onde o casal morava. Por volta das 18h30 do dia 19 de maio, um sábado, o empresário chegou ao apartamento com a esposa, a filha e a babá. Às 19 horas, as imagens mostram o empresário pela última vez, buscando uma pizza. Neste horário, a babá já tinha sido dispensada e não havia mais nenhum empregado na casa.
A outra babá, que chegou às 5 horas do domingo (20), não notou nada de diferente no apartamento. Entretanto, os empregados não têm acesso a todos os cômodos da casa.
O delegado da Divisão de Homicídios responsável pelo inquérito policial, Mauro Gomes Dias, disse que o empresário não saiu do apartamento depois daquele horário. “Não existe a possibilidade do sistema de segurança ter falhado. Nós checamos as imagens dos outros prédios em volta e ele não saiu”, disse a autoridade durante a entrevista coletiva.
Sozinha com as malas
No dia seguinte, as imagens mostram que a enfermeira entrou no elevador de serviço sozinha, com três malas, e saiu de carro. Ela retornou às 23h50 do mesmo dia com as mãos vazias. À polícia, A.E.K.M. falou que ia para o Paraná, mas voltou para casa. Ela não soube explicar o sumiço das malas.
Apurações indicam que a enfermeira sabe atirar, pois já realizou um curso de tiro, e é destra. O empresário mantinha em casa uma coleção de armas, que a esposa doou na segunda-feira à campanha do desarmamento. A bala que matou a vítima estava no lado esquerdo de sua cabeça e era de calibre 765. Entre as armas doadas, havia uma com o mesmo calibre do projétil que atingiu a vítima. A polícia recuperou a arma e fará um exame de balística para determinar se a bala alojada na cabeça do empresário saiu dela.
As partes do corpo do empresário foram achadas em sacos plásticos com um filete vermelho. Outra evidência é que sacos iguais foram encontrados no apartamento do casal.
Investigação
Há pouco tempo, a empresa de M.K.M. foi vendida por cerca de 2 bilhões de dólares. Porém, por enquanto, as investigações descartam a possibilidade de isso ter motivado o crime. “Por ora, eu descarto totalmente os problemas da empresa”, afirmou o delegado.
O empresário tinha um seguro de vida de R$ 600 mil. E.A.K.M. era sua segunda esposa e beneficiária do plano. Eles estavam casados há dois anos. O caso segue em investigação e a polícia ainda apura a autoria e a motivação do crime. Uma das hipóteses é uma possível traição. “No momento, dentro das informações que checamos, tudo indica que foi um crime passional”, explica Carrasco.
Foram apreendidos pela polícia, o celular e o computador do empresário e o celular da enfermeira. Durante a madrugada desta terça-feira (05), foi realizada uma perícia no apartamento do casal, com o uso do luminol (produto químico especial capaz de identificar vestígios de sangue invisíveis a olho nu). Os laudos da perícia ainda não ficaram prontos. Os peritos voltarão ao apartamento para uma investigação complementar.
A polícia não descarta a possibilidade de outras pessoas terem participado do crime, depois que o corpo foi retirado do apartamento.
Fonte:SSP/SP
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