O comandante-geral interino da PM, coronel Hudson Camille evitou responsabilizar os policiais militares que atiraram em um publicitário que teria supostamente fugido de uma abordagem na zona oeste de São Paulo, na noite desta quarta-feira (18).
Em entrevista coletiva nesta quinta (19), o comandante foi questionado diversas vezes sobre se teria havido erro na abordagem, mas limitou-se a dizer que as investigações sobre o caso é que apontarão ou não falhas dos policiais.
“Do ponto de vista técnico, a ação não pode ser criticada. Do ponto de vista legal, há reparos a se fazer”, disse o comandante, sem especificar quais serão os reparos.
Os policiais teriam efetuado os disparos depois de uma suposta tentativa de fuga do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39. Durante a perseguição, de acordo com o relato do comandante, o publicitário teria segurado um telefone celular –que os policiais teriam confundido com uma arma. Em depoimento à Polícia Civil, os policiais disseram que perceberam um objeto preto nas mãos do publicitário e confundiram esse objeto com uma arma.
“O gesto dele com o celular na mão os levou a reagir”, justificou o comandante interino. “Ele estava fugindo de uma abordagem. Desobedeceu a uma ordem legal”.
Três PMs estavam na ocorrência e atiraram contra o carro do publicitário. Eles foram presos em flagrante por homicídio doloso (quando há intenção de matar).
O delegado seccional Dejair Rodrigues identificou erro na atuação dos policiais: “Houve uma falha dos policiais, e, em função desta falha, entendemos que eles deveriam ser presos. Infelizmente a vítima não parou diante de uma ordem dos policiais, mas infelizmente também essa vítima não reagiu contra eles”.
Ricardo Aquino estava a caminho de casa, voltando da residência de um amigo, quando teria se recusado a parar em uma abordagem perto da praça da Paz, no Sumaré. Depois de ser atingido, ele chegou a ser levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.
Fonte: Uol
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