O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) estimou gastos em torno de R$ 35 mil com diárias de hotel e alimentação para os jurados e testemunhas que vão participar do julgamento do goleiro Bruno Souza e de mais quatro réus pelo sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do jogador.
O júri popular começa no dia 19 de novembro no Fórum de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), e há previsão de durar dez dias. Segundo informação da assessoria do tribunal, os sete jurados serão escolhidos no dia, por sorteio, entre 25 pessoas maiores de 18 anos moradores da cidade e que se inscreveram para participar.
Como eles não podem se comunicar entre si nem com outras pessoas, há a necessidade de serem instalados em hotéis para ficarem isolados. Além deles, o tribunal informou que foram arroladas 30 testemunhas, tanto de defesa quanto de acusação.
O júri será presidido pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem. A magistrada determinou o desmembramento do julgamento para os réus Elenílson Vítor da Silva e Wemerson Marques de Souza. Eles serão julgados posteriormente em data ainda não divulgada.
Crimes conexos
Apesar de apenas quatro dos oito réus terem sido pronunciados pelo homicídio de Eliza, a juíza Marixa Rodrigues afirmou que os demais praticaram crimes conexos ao homicídio, justificando a decisão de todos irem a júri popular.
Bruno enfrentará o júri sob acusação de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, ex-secretário de Bruno, será julgado pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Os dois estão presos na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG).
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, vai a júri popular pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Bola está atualmente confinado em ala destinada a ex-policiais no presídio Professor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, também na região metropolitana da capital mineira.
Réu morto
Sérgio Rosa Salles, primo do goleiro Bruno, também seria julgado pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, mas foi assassinado em agosto deste ano no bairro Minaslândia, região norte de Belo Horizonte. O crime, segundo a polícia, teria sido por motivos passionais.
Dayanne de Souza, ex-mulher do goleiro Bruno, vai a júri popular pelos crimes de sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio. Já Fernanda Castro, ex-amante do atleta, será julgada pelo sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio e do filho dela. As duas respondem ao processo em liberdade.
Outro que está em liberdade é Elenílson Vítor da Silva, ex-caseiro do sítio do jogador em Esmeraldas (MG), apontado pela polícia como local de cativeiro de Eliza antes de sua morte. Ele será julgado, ainda sem data definida, pelo crime de sequestro e cárcere privado do filho de Eliza.
Do mesmo modo, Wemerson Marques de Souza, amigo do goleiro, vai enfrentar o júri pelos crimes de sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio. Um primo de Bruno cumpriu medida socioeducativa em Minas Gerais, determinada por um juiz da Vara da Infância e Juventude de Contagem, por conta do sumiço de Eliza.
Crime
Para a Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais, a modelo foi morta em junho de 2010, na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano (região metropolitana de Belo Horizonte).
De acordo com as investigações, o goleiro seria o mandante, que ainda contou com a participação de mais sete pessoas. As razões para o crime seriam a negativa do goleiro em assumir o filho que supostamente teria tido com Eliza Samudio. O atleta teria tentado fazer com que a moça abortasse, e, diante de uma suposta negativa dela, passou a ameaçá-la de morte.
Ainda conforme o MP, após o nascimento da criança, no início de 2010, o goleiro teria arquitetado o suposto plano para matar Eliza Samudio.
Fonte:Uol
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