Empresário do futebol é acusado de abusar sexualmente de adolescentes em Sergipe

A Polícia Civil de Sergipe vai entregar ao Ministério Público Estadual, na próxima segunda-feira (28), o inquérito de uma investigação contra um suposto empresário de Nossa Senhora da Glória (112 km de Aracaju) acusado de abusar sexualmente de adolescentes que sonhavam em ser jogadores de futebol.

Segundo a delegacia de Glória, José Augusto dos Santos, 43, conhecido como "Baleia", mantinha 11 adolescentes em um alojamento na cidade com a promessa de arrumar clubes para eles jogarem. Quatro desses jovens, entre 15 e 17 anos, procuraram a polícia e prestaram depoimentos acusando o empresário de exploração sexual. Os jovens eram dos Estados do Piauí, Bahia e Pará.

"Um deles disse que manteve relações sexuais, enquanto os outros três disseram que ele tentou, alisando o pênis e o tórax e querendo beijar. Só esses quatro denunciaram; os demais negaram. Mas tenho certeza de que houve mais casos", afirmou o delegado Antônio Francisco de Oliveira Filho.

O delegado informou que os quatro adolescentes fugiram do alojamento do empresário na noite do último domingo (20) e procuraram a polícia para denunciar "Baleia". "Ele trancou os meninos e saiu com outros três adolescentes. Os jovens que ficaram presos serraram o cadeado e foram até a Companhia de Polícia Militar."

Aliciamento

O delegado contou que os pais dos adolescentes eram convencidos a deixarem as crianças serem levadas até Glória, onde ficariam treinando em busca de uma vaga nas "peneiras" dos clubes do Estado e da Bahia.

"Esse rapaz era como um olheiro desses times. Ele ia no interior, chegava junto à família e dizia que ia levar os meninos para as 'peneiras'. Como Sergipe é perto da Bahia, com os times na primeira divisão, os pais se iludem com a conversa", informou o delegado.

Para conseguir convencer os menores a manterem relações sexuais, 'Baleia' fazia propostas de melhorias de condições. "Ele aqui tinha um alojamento, onde os jovens faziam as refeições, e ele botava um time e ia jogando", disse o delegado

"No alojamento não faltava alimentação, mas não tinha luxo. E sabe como é adolescente fora de casa, vendo festas, meninas na rua. Era o atalho para ele conseguir os favores sexuais: quem quisesse algo fora, tinha que manter relações com ele."

O UOL não conseguiu localizar "Baleia" para comentar as acusações. Em depoimento ao delegado, o empresário negou todas as denúncias.

Uol