Três dos 26 réus julgados foram absolvidos. Os réus condenados podem recorrer em liberdade
No início da madrugada deste domingo (21), 23 policiais militares foram condenados pela morte de 13 presos na Casa de Detenção do Carandiru, em 1992. O juiz José Augusto Nardy Marzagão, que presidiu o julgamento, fixou a pena em em 156 anos de reclusão para cada um, em regime inicial fechado.
Como podem recorrer em liberade, os réus deixaram o Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, livres, após seis dias de julgamento. A advogada de defesa Ieda Ribeiro de Souza afirmou que vai recorrer da sentença.
Dos 26 PMs que foram julgados nesta semana, três foram absolvidos a pedido do Ministério Público: Roberto Alberto da Silva, Eduardo Espósito e Maurício Marchese Rodrigues.
O julgamento durou seis dias. Na noite do segundo dia, um jurado passou mal e os trabalhos ficaram suspensos por um dia e meio. Após o embate entre promotoria e defesa, os sete jurados responderam, entre a noite de sábado (20) e a madrugada deste domingo, mais de 1,5 mil perguntas na sala secreta. Foram 290 folhas de questionário para cada jurado.
Inicialmente, os 26 PMs eram acusados pela morte de 15 detentos. No último dia do julgamento, entretanto, o MP afirmou que não era possível apurar se dois dos presos foram mortos pelos policiais, já que seus ferimentos foram provocados por armas brancas. Por isso, o promotor Fernando Pereira da Silva pediu que fossem consideradas as acusações de 13 mortes.
O Massacre do Carandiru foi o maior massacre do sistema penitenciário brasileiro e ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante a invasão policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9 do Presídio do Carandiru.
O único envolvido cujo julgamento chegou ao final até agora, coronel Ubiratan Guimarães, foi inocentado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em fevereiro de 2006. Em 2001, ele fora condenado a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos 111 prisioneiros na invasão do complexo penitenciário do Carandiru. O militar foi assassinado em setembro de 2006, em crime do qual a namorada foi acusada e depois absolvida (em novembro de 2012), por falta de provas.
ÉPOCA
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