RIO - No início de junho, quatro ministérios anunciaram concursos com 741 vagas, todas para cargos de nível superior, sendo que a maioria aberta a candidatos de qualquer área de formação. São eles: Planejamento, Fazenda (cujas inscrições já terminaram) e Justiça e Comunicações (abertas até dia 8 de julho). Diante disso, o Boa Chance inicia nesta terça-feira uma série de matérias com dicas de especialistas para quem está se preparando para disputar uma (ou mais) dessas oportunidades. Nesta estreia, o alvo é o Ministério do Planejamento, que oferece 150 vagas para especialista em políticas públicas e gestão.
Os candidatos que se inscreveram para o concurso têm pouco mais de um mês para aprofundar os estudos, já que as provas estão previstas para 11 de agosto. Todas as vagas são para Brasília, e o salário oferecido é de R$ 13.402,37. Ao contrário de outros concursos da pasta, que exigem formação específica, neste caso podem concorrer candidatos com graduação em qualquer área de atuação.
A seleção ocorrerá por meio de duas provas objetivas, a serem aplicadas no dia 11 de agosto, pela manhã e à tarde: prova discursiva, em 15 de setembro; análise de títulos, entre os dias 4 e 6 de dezembro; e curso de formação em Brasília. A preparação básica é bastante similar à de concursos da área fiscal, o que pode fazer a diferença para os candidatos que já iniciaram os estudos pelas disciplinas daquela área e estão aproveitando para fazer a prova para o Planejamento. Claro que, nesse caso, será preciso incluir as matérias específicas do cargo oferecido. Mas o candidato que estiver bem preparado nas disciplinas básicas da área fiscal, dizem os especialistas, estará em boas condições. Outra possibilidade é já iniciar o estudo com foco na área de planejamento, gestão e controle.
Para este concurso, na avaliação objetivas, uma prova será de conhecimentos básicos, com questões de línguas portuguesa e inglesa, tecnologia da informação, raciocínio lógico e estatística, direito público e realidade brasileira, e outra de conhecimentos específicos, que incluirá questões de gestão governamental, economia e ciência política. Os candidatos que conseguirem pelo menos 30% dos pontos nas duas avaliações objetivas serão convocados para o exame discursivo.
Inglês
Nesta seleção, a maior novidade do edital foi a inclusão da prova de língua estrangeira, no caso o inglês. Mas para quem pensa que o inglês usado na hora da conversa e nas viagens é suficiente para fazer uma prova deste nível, o professor Rodrigo Armstrong, especializado em inglês para concursos públicos, diz que não é bem assim:
— Saber o vocabulário do dia a dia da profissão e termos específicos da área é essencial. Focar no conteúdo específico do programa do concurso, em termos e jargões usados pelo órgão público, é fundamental. (Clique aqui e resolva o simulado preparado por Armstrong)
Uma boa estratégia de estudo, de acordo com Mariana Lima, coordenadora de idiomas do Instituto de Desenvolvimento e Estudos de Governo (IDEG), é assistir aos telejornais das redes CNN, BBC, Fox e outras, pois o candidato passa a ter contato com expressões idiomáticas, pode perceber a estrutura da língua e aprende palavras que fazem parte do dia a dia do idioma. Ler jornais estrangeiros também é absolutamente essencial para que o candidato possa interpretar bem um texto na hora da prova. Algo que pode ser divertido, ao mesmo tempo que instrutivo, é fazer palavras cruzadas em inglês, diz a professora:
— A pessoa aprende brincando, e o custo é baixo. Mas todas essas atividades devem ser necessariamente acompanhadas pelo hábito de consultar um bom dicionário monolíngue. Procure aprender o sentido das palavras pelos sinônimos ou pela definição em inglês, ao invés de correr para o tradutor automático on-line, que comete erros decorrentes de simplificações.
Sérgio Camargo, advogado especializado em concurso, diz que aquele que tenha domínio da língua inglesa obviamente terá vantagem sobre os demais candidatos, pois em regra são cobrados a compreensão de textos técnicos, para medir não apenas o conhecimento linguístico como também a matéria funcional do candidato dentro do contexto do idioma. A leitura nestes casos de textos ligados ao conteúdo programático é de grande valia, aconselha Camargo.
Outra forma de aliar os estudos à diversão é assistir a filmes que tragam mensagens que possam servir de âncora para aqueles que se preparam para concursos públicos, mas também àqueles que tratam de temas ligados às funções do órgão em questão (Confira aqui a indicações de especialistas).
Acompanhar o noticiário através de sites, jornais e revistas internacionais ajuda a ampliar o vocabulário, além, é claro, de ajudar a interpretar os textos corretamente, completa Armstrong:
— Meu conselho é que o candidato leia pelo menos duas ou três notícias dos principais jornais e sites, como "The Wall Street Journal" e "The New York Times", se for se submeter a provas de inglês.
O Globo
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