Manuais, apostilas, simulados, livros, videoaulas, provas e editais fazem parte do cotidiano de qualquer concursando. Para organizar essa avalanche de informações e disciplinar a rotina de estudo, candidatos a cargo público buscam os cursos preparatórios. Mas e se, no horário do cursinho, o candidato estiver trabalhando, buscando o filho na escola ou fazendo trabalhos de faculdade?
"É possível se preparar em casa desde que o candidato tenha uma base sólida de estudo e de metodologia", garante Hélio Azevedo, professor de direito processual penal do Curso Degrau. Ele alerta que os concursandos que precisam ou preferem estudar sozinhos devem traçar um plano de estudo e ter cuidado com os materiais que utilizam para se preparar.
É recomendado buscar os manuais e livros mais recentes e de autores reconhecidos. "Tem matérias que têm alterações frequentes, como direito tributário", chama a atenção Raymundo Correia, advogado especialista em concursos.
Assim como Azevedo, Correia afirma que a disciplina é a chave para estudar sem o auxílio do cursinho. Festas, bares e happy hours, por exemplo, só depois da prova.
"O candidato tem que abrir mão de algumas situações durante o período de preparação e dormir mais cedo para estudar melhor no dia seguinte", aconselha o advogado.
Analista administrativo de uma multinacional, Josevaldo Sousa, 36 anos, pretende prestar concurso para a Petrobras e cumpre à risca o conselho dos especialistas. Ele trabalha das 9h às 18h todos os dias e reserva as noites para o estudo.
Josevaldo chegou a frequentar um curso próximo ao trabalho, mas a unidade fechou, e agora ele passa as noites lendo manuais e fazendo simulados. "É difícil, mas botei na minha cabeça que se tinha um tempo para ficar sentado em uma sala de aula, eu tenho como conseguir esse tempo para mim".
Há ainda quem estuda sozinho por opção. É o caso do administrador Luciano Almeida, 31. Ele também se demitiu para assistir às aulas preparatórias, mas, hoje, dedica o tempo livre ao estudo individual. "Acho melhor estudar em casa porque não tem interrupção. No cursinho, tem muitos colegas que estão lá como passatempo", afirma.
A dica de Luciano para o estudo autônomo é buscar testes das maiores organizadoras de concursos. "Só faço provas da Cespe", conta.
Para os especialistas, a escolha do cursinho ou do estudo em casa depende do perfil do concursando, além da disponibilidade dele. "Vai depender muito do estágio onde esse candidato se encontra. Se ele já tem um estudo pregresso que lhe dá segurança, ele vai conseguir estudar só", diz Correia. Josevaldo, por exemplo, conta que aprendeu a se organizar na época que frequentava o curso.
Diferente do analista, Renato Cordeiro Junior, 35, ex-colega de empresa de Josevaldo, cansou de conciliar trabalho e estudo e resolveu se dedicar integralmente ao concurso do TRT. Há quase um ano ele largou o emprego de líder de projeto e entrou em um curso preparatório. "Quando estamos em um curso temos orientação para não estudar nada que seja desnecessário", salienta.
Portal A tarde
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