quarta-feira, 11 de abril de 2012

Adolescente de 15 anos mata os dois irmãos e, em depoimento, diz que mataria os pais também


Um adolescente de 15 anos detido no último sábado (7) após confessar ter matado os irmãos Rodrigo, 21, e Walquíria dos Santos Vilar, 22, ambos estudantes de direito, em Campo Grande (MS), disse que "se a mãe e o pai dele estivessem em casa, também morreriam". A delegada que cuida do inquérito disse que vai recomendar que ele receba logo um tratamento psiquiátrico por não ter revelado motivos para cometer os assassinatos. Desde o crime, o jovem está em uma Unei (Unidade de Internação), local de ressociabilização para menores infratores.

O jovem matou o irmão, que dormia no quarto, e a irmã, que ouviu o barulho e tentou pedir socorro. Após matá-los, por volta das 7h de sábado, o adolescente, filho adotivo, foi para o shopping da cidade e, de lá, ligou para o vizinho, chorando, e pediu que ele fosse buscá-lo.

O adolescente prestou depoimento na tarde desta terça-feira (10) por ao menos três horas à delegada do caso, Maria de Lourdes Cano e, segundo ela, em nenhum momento esboçou arrependimento, ou tristeza.

Além de matar o irmão, ele furtou do rapaz a carteira e uma mochila. O adolescente disse que após matar Rodrigo com um tiro no coração, ele viu a irmã, que tentava escapar. No entanto, disparou mais dois tiros, acertando a vítima na nuca e no peito. Os irmãos morreram antes do atendimento médico.

À delegada, ele disse que mataria “até” os pais, caso estivessem também na casa, situada no conjunto Moreninha II, um dos mais populosos da cidade. O pai dos envolvidos, um policial civil aposentado de 51 anos de idade, tinha saído de casa para levar a mulher ao trabalho. Foi ele quem viu primeiro os corpos.

A delegada trabalha com a hipótese de que o adolescente matou os irmãos de maneira premeditada. Ele esperou os pais saírem de casa e arrombou um dos cômodos da casa, pegou o revólver calibre 38 do pai adotivo e assassinou os irmãos. Ele tinha o costume de sair de casa sem avisar e, por essa razão, o pai o havia trancado no quarto até que voltasse. No entanto, o menino pulou a janela.

O garoto disse que sabia que era adotivo, mas a mãe evitava comentar o assunto. Ele narrou em depoimento que era bem cuidado em casa. Reclamou, apenas, que não gostava de ser chamado a atenção, nem pelos pais, nem pelos irmãos.

Parentes das vítimas disseram que o menino foi adotado assim que nasceu. Um ano antes, há 16 anos, um irmão legítimo de Rodrigo e Walquíria, de seis anos de idade, foi atropelado por um caminhão e morreu, foi então que o casal resolveu adotar o garoto.
Segundo a delegada, o policial aposentado vai responder processo por omissão de cautela, já que deixou a arma em local de livre acesso. Ainda de acordo com a policial, o garoto deve responder por duplo homicídio por motivo fútil e vingança e pode ficar preso em uma casa de correção até os 18 anos, a maioridade penal pela lei brasileira.

Fonte: UOL

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