quarta-feira, 27 de março de 2013

Pai de menino morto no Rio adia depoimento por falta de condições emocionais


O pai do menino João Felipe Eiras Santana Bichara, 6, enviou um advogado na manhã desta quarta-feira (27) à 88ª Delegacia de Polícia, em Barra do Piraí, no sul do Estado do Rio de Janeiro, para pedir que o depoimento sobre a morte do menino seja feito na próxima semana. Heraldo de SOuza Bichara Junior alegou não ter condições emocionais ainda para depor, e o delegado-titular do distrito, Jose Mário Salomão Omena, disse que a oitiva deve acontecer na próxima segunda (1º) ou terça-feira (2). 
O garoto morreu asfixiado e foi colocado em uma mala. A suspeita do assassinato da criança é a manicure Suzana do Carmo de Oliveira, 22, que era amiga da família. Omena disse ainda esperar para a tarde desta quarta o depoimento do responsável pelo Hotel São Luiz, para onde a manicure disse ter levado o garoto depois de pegá-lo na escola. 
Omena quer ouvir o representante do hotel para saber quem foi a camareira que disse ter visto cabelos no quarto onde Suzana afirmou ter dado entrada junto com o menino. 
"Ela [camareira] recolheu a roupa de cama e disse que encontrou cabelos, que podem ser do menino. Ela disse isso na recepção do hotel e nós fizemos a perícia e achamos as toalhas na lavanderia com cabelo e um material que é provavelmente vômito, mas ela precisa depor porque preciso disso para acrescentar nos autos", afirmou o delegado.
O delegado disse que, após ouvir a camareira e demais membros da família, poderá encaminhar o inquérito para a Justiça. "Em dez dias, com ou sem resultados, eu mando para a Justiça", disse Omena.

O crime 

João Felipe foi dado como desaparecido na tarde de segunda-feira (25), após a manicure buscá-lo no Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira, onde ele estudava, dizendo que o levaria para fazer exames, segundo depoimento da suspeita.
Ainda de acordo com o depoimento, a escola liberou o menino, que desde então não foi mais visto. O garoto foi levado até um hotel no centro da cidade, onde foi asfixiado com uma toalha molhada. Segundo a polícia, Suzana contou na delegacia que pegou um táxi para levar o corpo até a sua casa, onde o despiu e o escondeu em uma mala.
O corpo foi encontrado pelos policiais no local por volta das 19h de segunda. A manicure foi presa em flagrante e indiciada na terça-feira (26) pelo crime de homicídio triplamente qualificado com motivo torpe, meio cruel, emboscada e ocultação de cadáver.
No fim da tarde, ela foi encaminhada para a cadeia feminina Joaquim Ferreira de Souza, no complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio. Na saída da delegacia, cerca de cem pessoas cercaram o distrito para aguardar a saída de Suzana. Dois carros da Polícia Militar e dois carros da Polícia Civil escoltaram a presa. Na saída da delegacia, alguns que se aglomeravam na frente do distrito tentaram bater no carro em que a suspeita saía. Um cordão de policiais impediu que os revoltosos se aproximassem do carro onde estava Suzana.

"Pessoa fria"

Segundo o delegado, a manicure chegou a confortar a mãe do menino na delegacia, no começo da noite de segunda-feira, quando ela ainda não era suspeita e a família procurava o garoto. O delegado disse que a manicure é uma "pessoa fria". 
"Não derramou uma lágrima e ainda abraçou a mãe da vítima. Ela não tem pena de ninguém", disse o delegado.
A suspeita fez um depoimento confuso, com vários motivos para o crime. "Ela já disse que estava sendo ameaçada por traficantes, que o irmão dela era ameaçado por traficantes. Depois, mudou totalmente a história, dizendo que tinha um caso com o pai da criança", afirmou Omena, que trabalha com a hipótese de vingança. "O que levaria a autora a rasgar a roupa da criança? Só pode ter sido raiva. Quem ataca o filho de uma família quer na verdade atacar essa família."
A investigação aponta para crime passional, segundo o delegado, já que há suspeita de que a suspeita manteve um caso com a suspeita pelo crime. "Há indícios que levam a investigação na linha do crime passional. O que não quer dizer que o pai da criança tenha tido um caso coma autora do crime. Ela pode ter sido rejeitada por ele, por exemplo", afirmou.
Em breve entrevista a uma emissora de televisão local, a "TV Rio Sul", a manicure disse apenas "Eu não agi sozinha" quando perguntada sobre a motivação do crime. O delegado, no entanto, não acredita em "mais uma das dez versões", que segundo ele, a mulher já apresentou.
"Ela fez tudo sozinha. Sozinha ligou para a escola se passando pela mãe da criança. Sozinha contratou um serviço de táxi e foi até a escola", disse o delegado.

UOL

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