Condenados, cada um, pela Justiça a uma sentença de 84 anos de prisão, foram detidos no início da noite de terça-feira (14) em São José do Rio Preto, a auxiliar de cozinha R.A.S., de 34 anos, e na cidade vizinha de Cedral, o seu ex-companheiro, o autônomo O.S.B., de 58. As sete crianças que moravam com o casal - três filhos biológicos da auxiliar e quatro adotados pelos dois, com idades entre cinco e 13 anos – foram vítimas de estupro ao longo de 2011, por ambos.
R.A.S. foi presa por policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São José do Rio Preto, no restaurante em que ela trabalhava na cidade, à Avenida Nossa Senhora da Paz, Jardim Alto Alegre, e O.S.B., por policiais militares, no apartamento dele, à Rua Heitor Lucato, Jardim Galante. Em dezembro do ano passado os dois foram sentenciados pelos crimes de estupro contra as sete crianças.
As investigações começaram na Delegacia de Defesa da Mulher de São José do Rio Preto, após a vendedora T.B. e a autônoma N.A.B.L, filhas do primeiro casamento de O.S.B., terem denunciado o pai como autor do estupro dos três filhos menores de R.A.S.: o menino R.S.A., então com 11 anos, e as meninas G.S.A., 10, e D.S.A., 7.
No boletim de ocorrência registrado dia 3 de outubro de 2011, T. e N. relataram que em uma conversa, o pai lhes contou que abusava sexualmente dos três enteados na presença da companheira, tendo o consentimento e a ajuda dela para cometer os crimes. Segundo a polícia, a auxiliar assistia aos estupros e orientava os filhos sobre como usar preservativos.
No mês seguinte, em 5 de novembro, outro boletim de ocorrência sobre estupro foi registrado na DDM. O pai biológico das três crianças, J.A.S., a assistente social T.R.B., e a psicóloga E.M.R. (ambas do Projeto Teia, Trabalho de Emancipação da Infância e Adolescência, que busca famílias que acolham crianças em situação de risco nas chamadas “Casas de Passagem”, ou que tomem a guarda provisória delas, funcionando como “Residência de Família Acolhedora”) denunciaram à polícia o estupro de A.S.P., 11 anos, filha adotiva mais velha do casal preso, crime que foi presenciado por seu irmão, o único menino entre as quatro crianças.
R.A.S. e O.S.B. têm um vasto histórico de violência. Em 2000, o autônomo foi acusado do estupro da neta. Em 2007, R. foi acusada de ter ameaçado de morte o pai de seus três filhos. Em 2011, O. agrediu a auxiliar com socos no rosto e no corpo, mesma data em que o estupro de A.S.P. foi informado à polícia. Em dezembro do mesmo ano, O. ameaçou de morte o novo companheiro de R., o pedreiro W.S.S., então com 55 anos, o que se repetiu por outras duas vezes em 2012. E em 2013, novas ameaças de morte foram feiras por O., dessa vez ao pai biológico dos enteados.
A auxiliar de cozinha está presa na Cadeia Pública Feminina de General Salgado e o autônomo, na Cadeia Pública de Catanduva. Os três filhos biológicos dela estão sob a guarda de J.A.S., o pai, e as outras quatro crianças foram encaminhadas a lares judiciais em 2011, quando foram feitas as denúncias de estupro.
SSP/SP
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