quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Secretário diz que PMs não farão segurança preventiva em shoppings

Fernando Grella discutiu 'rolezinhos' com comandante-geral da PM.
Em nota, ele disse que encontros são 'fenômeno cultural', não crime.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo disse na tarde desta quarta-feira (15) que policiais militares não vão fazer segurança preventiva de shoppings, informou o Globo Notícia. Para o secretário Fernando Grella, os chamados "rolezinhos" não são um problema de polícia. Ele esteve reunido durante a tarde com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Benedito Roberto Meira, para discutir o tema.
Em nota, Grella defende que “o rolezinho não pode ser considerado crime, mas um fenômeno cultural, motivo pelo qual não deve ser tratado como caso de polícia”. Segundo a secretaria, “a segurança dos shoppings é privada” e a PM irá agir apenas em casos de quebra da ordem.

Abuso
Durante visita a Campinas nesta terça-feira (14), Grella já havia dito que, “se houver necessidade e precisar aplicar a força, ela [a PM] vai fazer”. A Corregedoria da PM apura a ocorrência de possíveis excessos por parte dos policiais durante um evento no Shopping Metrô Itaquera, no último fim de semana.
Imagens gravadas por frequentadores do Shopping Itaquera mostram um policial militar agredindo com um cassetete jovens que supostamente participavam do "rolezinho" no centro de compras. É possível ouvir barulho de explosões dentro do estabelecimento. A PM negou a utilização deste tipo de artefato.
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Entenda os rolezinhos - cronologia e proibição (Foto: Arte/G1)
Em comunicado divulgado nesta segunda (13), a PM afirmou  que, "como os episódios atuais indicam uma forte potencialidade de problemas de segurança, a Instituição está atenta às movimentações de grupos e também tem monitorado as redes sociais para identificar possíveis focos de problemas".
O que são os "rolezinhos"?
Desde o fim de 2013, jovens têm organizado encontros pelas redes sociais, principalmente, em shoppings da capital paulista e da Grande São Paulo. Os eventos ficaram conhecidos como "rolezinhos". A primeira iniciativa a ganhar repercussão aconteceu no Shopping Metrô Itaquera, Zona Leste de São Paulo, em 8 de dezembro.  Algumas lojas fecharam com medo de saques e o centro comercial encerrou o expediente mais cedo.
Este tipo de encontro em lugares públicos-privados não é propriamente uma novidade emSão Paulo. E não começaram especificamente no ano passado. Estacionamentos de supermercados e postos de gasolina também são corriqueiramente ocupados nas noites e madrugadas aos finais de semana por um grupo que quer se fazer ouvir – ou apenas se divertir - independentemente do estilo musical que entoa.
Rolé proibido
Na sexta-feira (10), a juíza Daniella Carla Russo Greco de Lemos concedeu liminar impedindo o "rolezinho" no Shopping Itaquera e estipulando multa de R$ 10 mil para os jovens que desrespeitassem a decisão.
Em seu despacho, ela aponta que a Constituição prevê direito à livre manifestação, mas que ela deve ser exercida com limites. "A Constituição Federal de 1988 estabeleceu diversas garantias fundamentais em seu art. 5º. Entre elas a da livre manifestação, o direito de propriedade, a liberdade do trabalho. O art. 6º, garante, ainda, como direito social, a segurança pública, o lazer, dentre outros. O direito à livre manifestação está previsto na Constituição Federal", afirma a juíza

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