A fala do congressista conservador Todd Akin sobre aborto e estupro complicaram a situação dos republicanos nos Estados Unidos. Eles pretendiam, neste ano, voltar a assumir o controle do Senado. A declaração também obrigou o candidato presidencial de seu partido, Mitt Rommey, a definir sua postura sobre um tema sempre controverso. De acordo com a Agência Efe, Akin se desculpou novamente nesta terça-feira (21) em um anúncio televisivo por seu comentário sobre o estupro “autêntico”, que, segundo ele, raramente gera uma gravidez. No último domingo, ele disse em entrevista a uma rede de televisão que, “caso seja um estupro real, o corpo feminino tem formas de evitar” uma gravidez não desejada.
“O estupro é um ato maléfico. Usei as palavras equivocadas de um modo errado”, diz Akin no anúncio intitulado “Perdão”. Na segunda, ele já havia se desculpado em uma entrevista de rádio. No entanto, seu partido continua exigindo que ele se retire da disputa por uma cadeira no Senado. O candidato republicano a vice-presidente, Paul Ryan, e as organizações do movimento direitista Tea Party, que até o momento eram fiéis ao congressista, também aderiram às pressões.
Temendo maior impacto sobre sua campanha, Mitt Rommey pediu hoje a saída de Akin, de acordo com o jornal The Washington Post. “Os comentários de Todd Akin foram ofensivos e errados, e ele deveria considerar seriamente qual decisão seria melhor para o nosso país”, disse o candidato.
Akin tem até a noite desta terça para renunciar voluntariamente e permitir que seu partido apresente outro candidato para lutar pela cadeira do Missouri. Atualmente, os democratas têm 51 cadeiras no Senado e costumam contar com o apoio de dois senadores independentes. Os republicanos têm 47 cadeiras.
“Quero deixar uma coisa absolutamente clara. Vou continuar na corrida pelo Senado”, disse Akin nesta terça em uma entrevista ao programa radiofônico do ex-governador de Arkansas, Mike Huckabee, segundo a Efe. “Eu não fiz nada moralmente ou eticamente errado. Parece uma reação exagerada”, disse o senador.
A polêmica acendeu o debate eleitoral. Tanto Romney como Ryan condenaram firmemente as declarações do congressista e, segundo a campanha republicana, um governo liderado pelos dois não se oporia ao aborto em casos de estupro.
No entanto, o partido Democrata, do atual presidente e candidato à reeleição, Barack Obama, fez questão de lembrar que Ryan é um devoto católico contrário à interrupção da gravidez, exceto quando a vida da mãe corre perigo. Em 2011, Ryan e outros republicanos co-patrocinaram um projeto de lei de Akin que pretendia fortalecer as proibições federais ao financiamento do aborto e instalar o conceito de “estupro forçado”.
Fonte: Época
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