segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Acusação descarta novo adiamento do júri de Gil Rugai


Acusado de matar o próprio pai, Gil chegou ao fórum abraçado a mãe e disse que está "tentando ficar tranquilo"; previsão é que júri dure até cinco dias

Luciano Bottini Filho
Gil Rugai chega para julgamento no Fórum da Barra Funda
Gil Rugai chega para julgamento no Fórum da Barra Funda (André Lessa/Estadão Conteúdo)
A assistência de acusação no processo contra o ex-estudante de Teologia Gil Rugai, acusado de matar o pai e a madrasta em 2004, descartou a possibilidade de um novo adiamento do júri, que começa nesta manhã. A defesa havia acrescentado 1.800 documentos e dez vídeos ao processo às vésperas do Carnaval, e a falta de tempo para análise das novas provas pela acusação poderia levar ao terceiro adiamento do júri. “Conseguimos analisar os documentos e não há nada que modifique o processo”, afirmou Ubirajara Mangini, advogado da família da madrasta de Rugai, Alessandra de Fátima Trotino.
Segundo Mangini, nos documentos consta uma contraprova feita pelo perito Ricardo Molina, contratado pela defesa. “Esse documento não quebra nenhuma prova da acusação”, afirmou o advogado. Molina, que está presente no julgamento, afirmou ao chegar ao fórum da Barra Funda que a perícia realizada pela polícia no caso “está errada do começo ao fim”.
Segundo o advogado da família de Alessandra, Gil Rugai teria cometido o crime por medo de ser denunciado em um esquema de desvio de dinheiro que o pai, Luís Carlos Rugai, havia descoberto em sua produtora de vídeo. “Ele [Luís Carlos] foi morto no domingo, véspera do dia em que iria tomar as providências, criminais e cíveis, contra o próprio filho. Gil tinha medo de ser preso”, afirmou Mangini.
O crime aconteceu no dia 28 de março de 2004 na casa onde o casal morava, na Zona Oeste de São Paulo. Luís Carlos e Alessandra foram mortos com tiros pelas costas. Na época, uma testemunha que fazia a vigilância do local afirmou ter visto duas pessoas – uma delas parecida com Gil Rugai – saírem da casa logo após os disparos. A defesa, por sua vez, afirma que Gil Rugai estava em seu escritório, a 4,5 quilômetros de distância do local do crime, na hora dos assassinatos.
Defesa – Gil Rugai chegou ao Fórum da Barra Funda, em São Paulo, por volta das 10 horas abraçado a mãe e disse apenas uma frase: “Estou tentando ficar tranquilo”. Em seguida, chegou seu irmão, Leonardo Rugai, que é testemunha de defesa.
Os advogados do réu, Marcelo Feller e Thiago Anastácio, afirmaram que Gil irá responder às perguntas durante o julgamento. Os defensores afirmaram também que, durante suas sustentações orais, apontarão duas pessoas envolvidas no caso que seriam os possíveis autores do crime.
Na primeira etapa do julgamento, serão ouvidas cinco testemunhas de acusação: o vigia da rua onde aconteceu o crime; o delegado do caso, Rodolfo Chiarelli; os peritos Daniel Munhoz e Adriano Yananini, e um amigo de Luís Carlos, Alberto Bazaia, que afirmou ter presenciado brigas entre Gil Rugai e o pai. A previsão é que o júri dure entre três e cinco dias. 

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